O Congresso do Peru destituiu, na madrugada desta sexta-feira (10), a presidente Dina Boluarte, em meio a uma crescente crise de segurança pública e instabilidade política no país. A decisão foi tomada após uma sessão plenária iniciada na noite de quinta-feira, convocada para avaliar cinco moções que pediam sua saída do cargo. Quatro delas foram aceitas e resultaram na aprovação da destituição por maioria dos parlamentares.
Com a decisão, Dina Boluarte, de 63 anos, perde a imunidade presidencial e passa a estar sujeita a processos judiciais que podem levá-la à prisão. Ela não compareceu à sessão que determinou sua saída, mesmo tendo sido formalmente convocada.
O presidente do Parlamento, José Jerí, assume interinamente o comando do país até as eleições gerais previstas para abril de 2026. Logo após o anúncio, manifestantes se reuniram em frente ao Congresso, em Lima, comemorando a destituição com bandeiras e cartazes de protesto contra a ex-presidente.
As moções apresentadas pelos principais blocos políticos do Legislativo basearam-se na alegação de “incapacidade moral permanente” de Boluarte para exercer o cargo. Essa é uma justificativa prevista na Constituição peruana, embora frequentemente usada de forma ampla em disputas políticas.
Dina Boluarte já havia enfrentado outras tentativas de destituição desde que assumiu o poder em dezembro de 2022, após a prisão do ex-presidente Pedro Castillo. Desta vez, porém, houve recuo das forças de direita e extrema-direita, que anteriormente a sustentavam no cargo, o que garantiu a aprovação do processo e marcou o fim de seu governo.
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