A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025, anunciado nesta sexta-feira (10) pelo Comitê Norueguês. A distinção reconhece seu papel na defesa dos direitos democráticos e na busca por uma transição pacífica do regime autoritário de Nicolás Maduro para um governo democrático na Venezuela.
O comitê destacou que a premiação é um reconhecimento ao trabalho persistente de Maria Corina em favor da liberdade e dos direitos civis do povo venezuelano. Segundo os organizadores, sua trajetória simboliza a resistência em um contexto de repressão política, tornando-se uma das vozes mais expressivas da luta por democracia na América Latina.
A decisão ressalta a importância de pessoas que enfrentam regimes autoritários e não se calam diante da injustiça. Para o Comitê, a democracia só se sustenta quando cidadãos têm coragem de desafiar o poder, mesmo diante de riscos pessoais, lembrando que a liberdade deve ser constantemente defendida.
Símbolo da resistência ao governo de Nicolás Maduro, Maria Corina enfrentou perseguições, processos judiciais e ameaças ao longo dos últimos anos. Em 2024, chegou a disputar a indicação como candidata presidencial da oposição, mas foi impedida de concorrer. Diante disso, transferiu seu apoio ao diplomata Edmundo González Urrutia, que acabou reconhecido por diversos países, incluindo os Estados Unidos, como o verdadeiro vencedor das eleições.
Após o pleito de 28 de julho, marcado por acusações de fraude, Maria Corina passou a viver na clandestinidade. Foi detida brevemente ao participar de uma manifestação contra o regime, na véspera da posse de Maduro, em 10 de janeiro. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, proclamou a vitória de Maduro, mas não apresentou as atas das assembleias de voto, sob a justificativa de um suposto ataque hacker.
A oposição divulgou, entretanto, documentos obtidos junto aos escrutinadores e sustenta que González Urrutia venceu a disputa com ampla margem de votos. A crise eleitoral aprofundou o isolamento político do regime venezuelano e aumentou a pressão internacional por transparência e novas eleições.
O Prêmio Nobel da Paz, avaliado em 11 milhões de coroas suecas, será entregue em 10 de dezembro, durante cerimônia em Oslo, na Noruega, data que marca o aniversário da morte de Alfred Nobel, criador da premiação. O comitê informou que ainda não há confirmação sobre a presença de Maria Corina Machado na cerimônia, já que ela segue escondida desde o início do ano.
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