Durante a sessão extraórdinária da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) desta segunda-feira, 22, uma discussão sobre a CPI da Grilagem de Terras provocou troca de acusações entre os deputados Renato Silva (Podemos) e Idázio da Perfil (MDB). A discussão começou após Silva afirmar em plenário que houve uma manobra para retirar de pauta um Projeto de Lei voltado ao combate à grilagem no estado.

Em sua fala, ele sustentou que a retirada do projeto atendeu interesses de grileiros e reforçou sua decisão de avançar com os trabalhos da CPI. “Há pouco nós tivemos uma manobra para tirar um projeto de lei muito importante para o estado de Roraima, que vinha sendo discutido há bastante tempo para dificultar a vida dos grileiros”, afirmou.

Logo após, o deputado Idazio da Perfil reagiu questionando a condução da CPI e levantou, em plenário, a possibilidade de que decisões estariam sendo articuladas fora da Assembleia, com referência direta ao Palácio do Governo. “Se quer fazer a CPI, que faça com responsabilidade, não pulando A, B, C ou depois ir no Palácio e voltar aqui com tudo resolvido”, declarou.

A insinuação de Idázio de que Renato Silva resolve as coisas com acordos políticos feitos no Palácio do Governo, gerou resposta imediata de Renato Silva, que também acusou Idázio de fazer o mesmo. “Fale por você. Eu estou acostumado a ver vossa excelência sair daqui para fazer acordo”, disse.

Idázio que negou qualquer tipo de acerto político e cobrou respeito em plenário. “Você me respeita. Se tem acordo, fala que tu me ofereceu. Eu falo por mim mesmo”, afirmou.

Manifestação de outros deputados

Após o confronto direto, outros parlamentares pediram a palavra. O deputado Lucas Souza (PL) afirmou que solicitou o adiamento da votação do PL voltado ao ccombate à grilagem de terras por não se sentir seguro quanto ao conteúdo do projeto e negou ter atendido a pedidos externos.

“Eu só quero defender a minha honra pessoal e a minha honra como político. Solicitei o adiamento da votação porque não compreendi de forma que me desse segurança para votar o projeto”, disse.

Lucas Souza ressaltou que não atendeu a pedidos de terceiros e que sua decisão foi individual. “Não fui atendendo pedido nem de A nem de B. Sempre vou pautar a minha atuação parlamentar por aquilo que eu considero correto, independente da ocasião, da situação ou da época”, afirmou.

Na sequência, o deputado Gabriel Picanço (Republicanos) também se pronunciou. “Eu tenho 15 anos de mandato aqui dentro e nunca o Palácio ligou para mim para mudar voto. Nunca nenhum grupo político ligou para mim para mudar voto”, declarou.

Picanço afirmou ainda que os posicionamentos na Casa são construídos internamente entre os parlamentares. “Os votos aqui foram construídos nesses 15 anos que nós estamos juntos. Eu acompanhei o pedido de adiamento porque não me senti confortável com alguns pontos do projeto”, disse.

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