A Polícia Federal realizou uma apreensão inédita no início desta semana: uma embarcação semissubmersível que seria utilizada para o tráfico internacional de cocaína. A operação aconteceu na Ilha do Marajó, no Pará, com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha do Brasil. Nos últimos dias, imagens da embarcação começaram a circular amplamente nas redes sociais, atraindo a atenção para o feito histórico.
Segundo a PF, a embarcação teria como destino a Europa e seria semelhante a outra apreendida nas águas de Portugal em março de 2025. As investigações revelam que ambas foram fabricadas na mesma região do Pará, evidenciando a existência de um polo clandestino de produção desse tipo de veículo.
Essa é a primeira vez que a Polícia Federal intercepta um modelo semissubmersível pronto para operação — um indicativo da diversificação das estratégias usadas por organizações criminosas para driblar a fiscalização e transportar drogas por rotas transatlânticas.
A ação só foi possível graças ao compartilhamento de dados de inteligência com agências internacionais, como a Polícia Nacional da Espanha, a Polícia Judiciária de Portugal e a DEA (Drug Enforcement Administration), dos Estados Unidos.
Apesar do ineditismo da apreensão oficializada, este não é o primeiro caso registrado no Pará. Em fevereiro de 2024, um submarino artesanal foi descoberto em São Caetano de Odivelas, ainda em fase de montagem. Anteriormente, em 2015, outro foi encontrado em Vigia, com 17 metros e capacidade de transporte de até 30 toneladas.
A repercussão recente nas redes sociais, com vídeos e fotos da embarcação apreendida, reacendeu o debate sobre a rota amazônica como corredor do tráfico e a sofisticação crescente dos meios utilizados por organizações criminosas. A Polícia Federal segue investigando os envolvidos na fabricação e no financiamento do equipamento.