Durante evento realizado no último domingo (8) em Belém, a liderança indígena Alessandra Munduruku fez um duro pronunciamento sobre a ausência de protagonismo dos povos originários nas discussões que antecedem a Conferência do Clima da ONU (COP30), marcada para novembro de 2025, na capital paraense.
“Será que a COP30 vai trazer solução para os nossos problemas?”, questionou a ativista. Em sua fala, Alessandra criticou o silenciamento de vozes indígenas em espaços de decisão política e ambiental, e destacou a resistência das comunidades frente às ameaças aos seus territórios. “Tentam nos silenciar. Nosso povo está sendo apagado todos os dias”, afirmou.
A reunião foi organizada por movimentos sociais, coletivos ambientais e representantes de povos tradicionais, com o objetivo de debater os impactos da COP30 e propor formas de garantir participação efetiva das populações amazônicas na construção das políticas ambientais globais.
Alessandra também alertou para os riscos de a conferência se tornar apenas um evento simbólico, sem resultados concretos para quem vive na floresta. “Nós somos parte da solução. Não queremos só estar presentes nas fotos. Queremos decisões que respeitem nossos modos de vida”, reforçou.
A presença de lideranças indígenas em encontros como esse é fundamental para denunciar violações de direitos e exigir ações que considerem os saberes ancestrais e a proteção dos territórios tradicionais.