O senador Plínio Valério (PSDB) fez um pronunciamento no plenário do Senado nesta quarta-feira, 19, no qual reafirmou suas declarações sobre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Durante a cerimônia de entrega da Medalha do Mérito Comercial do Amazonas, realizada pela Fecomércio em Manaus na sexta-feira, 14, Valério comentou que foi difícil “tolerar” a ministra por seis horas durante sua participação na CPI das ONGs, sem “enforcá-la”.
Em seu pronunciamento no plenário do Senado, o parlamentar afirmou que tratou a ministra com educação e respeito durante a CPI, apesar das divergências. “Fui educado com a ministra. A tratei com todo o respeito, como mulher, como ministra, como pessoa. Ela sabe disso”, afirmou Valério, reiterando que sua fala sobre “enforcá-la” foi apenas uma brincadeira feita no contexto do evento, e que não teve a intenção de incitar qualquer tipo de violência.
Valério também comentou que, se fosse perguntado se faria a mesma declaração novamente. “Não, mas não me arrependo do ocorrido. A frase foi uma tentativa de aliviar a tensão de um momento difícil”. O senador ressaltou que sua intenção nunca foi desrespeitar a ministra, mas sim brincar com a situação.
Marina afirmou que fala ultrapassou os limites do debate político
A fala de Valério gerou uma resposta imediata da ministra Marina Silva, que, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, da EBC, afirmou que o comentário foi uma forma de violência política de gênero, e que ultrapassou os limites do debate político.
“A violência política de gênero acontece o tempo todo, e só para a gente pensar, se uma mulher que consegue se tornar governadora, prefeita, deputada, senadora, ministra, sofre violência política de gênero, quanto mais as mulheres de um modo geral, aquelas que não estão em posição, muitas vezes, de visibilidade”, destacou a ministra.