A Polícia Federal prendeu, na última sexta-feira (17), um assessor do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) e um representante comercial com R$ 1,1 milhão em espécie, em Belém. A ação ocorreu após denúncia anônima que indicava que o valor seria utilizado para pagamento de propinas a servidores públicos. O homem foi identificado como Jacob Serruya.
Ele ocupava o cargo de secretário parlamentar de Antonio Doido, com remuneração de R$ 3.537,28. No domingo, 19, o assessor foi exonerado do cargo comissionado.
De acordo com a PF, o representante comercial sacou R$ 1 milhão em uma agência bancária da capital paraense e guardou o dinheiro em uma mochila preta. Após o saque, foi monitorado pelos agentes, que o flagraram trocando de veículo em uma rua próxima. No outro carro estava o assessor do deputado. Além do montante na mochila, foram encontrados mais R$ 100 mil no veículo do representante comercial.
A polícia apreendeu o dinheiro, os dois automóveis, celulares e documentos. Os homens foram presos em flagrante, mas liberados no dia seguinte. A defesa do ex-servidor informou ao O Globo que só irá se pronunciar após ter acesso aos elementos da investigação. A defesa do representante comercial não se manifestou até o momento.
Deputado envolvido em outra operação
O deputado Antônio Doido não comentou o caso envolvendo seu ex-assessor. Ele já foi citado em outra investigação da PF, em outubro do ano passado, quando a polícia apreendeu R$ 4,98 milhões em Castanhal (PA).
Na ocasião, três homens foram flagrados com o dinheiro, sendo dois servidores públicos. Um deles afirmou que parte do valor seria destinada ao pagamento de funcionários de uma fazenda do deputado, que à época concorria à prefeitura de Ananindeua (PA). A PF suspeitou que o dinheiro seria utilizado para compra de votos.
As investigações seguem em andamento para apurar as possíveis conexões entre os envolvidos e os indícios de corrupção e lavagem de dinheiro.
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