O ex-gerente de Hospitais e Fundações da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Michael Lemos, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira (18) e fez denúncias públicas sobre um suposto esquema de corrupção passiva na pasta. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, ele declarou que apresentará provas e solicitou a investigação da Polícia Federal.
“Até hoje, dia 18 de agosto de 2025, eu estava à frente da gerência de hospitais e fundações. Hoje estou deixando a gerência para falar a verdade que rola por trás dos bastidores da saúde pública do estado do Amazonas, que precisa ser investigada pela Polícia Federal”, afirmou.
Segundo Lemos, empresários que prestam serviços ao Estado são obrigados a pagar propina para receber os valores devidos. “Vários empresários pagam de 30% a 50% para receber seus pagamentos. Dentro da Sefaz existe uma quadrilha que cobra também porcentagem para que o empresário venha receber”, disse.
As acusações atingem diretamente a secretária de Saúde, Nayara Matsurdi, e a secretária do Fundo Estadual de Saúde (FES), Nívia Barroso Harb, além de outros gestores. Ele também citou que dois procuradores teriam sido levados da Procuradoria-Geral do Estado para dentro da SES-AM.
“A Nayara está fazendo tudo isso em conluio com os dois procuradores que ela colocou dentro da secretaria, Luan e Giordano, para amarrar os órgãos de controle”, declarou.
O ex-gerente também criticou a condução da política de pessoal e disse que há plano para cortes de profissionais. “A ordem é exonerar vocês, enfermeiros e técnicos. Não apoiem organizações sociais, porque isso aí é uma máquina de corrupção na saúde”, afirmou.
Em outro trecho, Lemos chamou atenção para a gravidade das acusações. “Estou saindo porque não compactuo com essa situação que está acontecendo na secretaria: uma máquina de corrupção comandada por secretária Nayara e Nívia, usando a máquina pública para saquear vocês, moradores do Amazonas, que dependem do SUS”, disse.
Ao encerrar a gravação, ele afirmou que responsabiliza o governo estadual por sua segurança. “O que acontecer comigo, eu culpo Marcelo Scampello e o governo do estado do Amazonas. Vem para cima que eu também estou pronto para vocês”, declarou.
