julho 11, 2025
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Petrobras é acusada de greenwashing em campanha com Camila Pitanga sobre transição energética justa

Enquanto estatal divulga ações sustentáveis, ambientalistas denunciam exploração de petróleo na Foz do Amazonas e veem contradição na narrativa publicitária

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A nova campanha publicitária da Petrobras estrelada pela atriz Camila Pitanga, que defende uma “transição energética justa”, foi rapidamente classificada como greenwashing por ambientalistas e comunicadores climáticos. O termo se refere à prática de promover uma imagem sustentável enquanto, na prática, a empresa mantém atividades poluentes — como a planejada exploração de petróleo no bloco 59 da Foz do Amazonas, uma das regiões marinhas mais sensíveis do mundo e sem estudos conclusivos sobre impactos ambientais.

Com filmes institucionais e uma música inédita interpretada por Diogo Nogueira, a campanha busca mostrar o compromisso da estatal com o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e o respeito à diversidade cultural e ambiental do Brasil. No entanto, para muitos críticos, a mensagem não se sustenta frente às ações práticas da empresa.

A exploração do bloco 59, localizado na Margem Equatorial Brasileira, acendeu um sinal de alerta entre cientistas, ambientalistas e povos originários, que há meses pedem a suspensão das atividades na área, considerada um dos maiores berçários marinhos do planeta.

Reprodução / Redes Sociais

Em um post com milhares de curtidas no perfil do ClimaInfo no Instagram, o recado foi dado diretamente à atriz:“Oi, Camila, deixa a gente te contar: o futuro não é feito de combustível fóssil. A Petrobras é a principal empresa de energia do país, mas segue insistindo em NÃO fazer sua transição energética. Veja a insistência em explorar o bloco 59 na Foz do Amazonas, uma região altamente sensível, que não tem estudos suficientes – inclusive estudos exigidos por órgãos ambientais.”

A participação de Camila Pitanga, reconhecida defensora de pautas sociais e ambientais, foi recebida com perplexidade. A jornalista ambiental Mary Tupiassu sintetizou o sentimento em um desabafo nas redes: “Bloco 59 da Foz do Amazonas, por cima de pesquisadores, de cientistas, de ambientalistas, de ativistas, para explorar petróleo na espinha dorsal do mundo. A Camila defende. O motivo, eu não entendo. Não falta informação, não falta alinhamento com a pauta progressista. Mas a pergunta é: quando a Camila Pitanga fala que é transição justa, mesmo com essa situação da Petrobras, em quem vão acreditar? Nos povos originários ou na Camila Pitanga?”

Reprodução / Redes Sociais

Greenwashing: conceito e contexto

O termo greenwashing descreve ações de marketing que buscam pintar de verde empresas ou projetos que, de fato, continuam atrelados a práticas nocivas ao meio ambiente. No caso da Petrobras, críticos apontam que, apesar do discurso sobre energia limpa e desenvolvimento sustentável, a estatal segue expandindo a exploração de petróleo, especialmente em áreas ambientalmente frágeis.

A Foz do Amazonas, onde está localizado o bloco 59, é considerada por cientistas um ecossistema chave para o equilíbrio climático e a biodiversidade marinha mundial. O temor é que a exploração petrolífera cause impactos irreversíveis. Apesar de declarar compromisso com a transição energética, a Petrobras ainda tem seu faturamento fortemente atrelado aos combustíveis fósseis e planeja novas explorações.

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