Um bate-boca seguido de empurra-empurra marcou a sessão desta quarta-feira (21) na Câmara Municipal de Belém. A confusão envolveu vereadores de esquerda e direita, manifestantes pró-Palestina e seguranças ligados ao vereador Zezinho Lima (PL). A vereadora Marinor Brito (PSOL) precisou ser levada a um hospital particular após cair e torcer o tornozelo durante o tumulto.
De acordo com relatos de parlamentares da oposição, o confronto começou quando Mauro Tobelem Lima, filho de Zezinho Lima, com apoio de seguranças privados, teria provocado os ativistas que participavam de uma manifestação pacífica na galeria da Câmara, em alusão aos 77 anos da Nakba – data que marca o êxodo forçado de milhares de palestinos após a criação do Estado de Israel.
Ainda segundo os manifestantes e as vereadoras Marinor Brito e Vivi Reis (PSOL), os seguranças privados intimidaram os presentes e agrediram quem tentava filmar ou reagir, circulando livremente pelo prédio da Câmara, o que contraria a norma que estabelece que a segurança do espaço é de responsabilidade da Guarda Municipal. Marinor afirma ter sido empurrada, caiu e sofreu uma torção. Vivi Reis também relata ter sido agredida e cobrou medidas sobre a segurança na Casa.
Procurado pela reportagem, o vereador Zezinho Lima (PL) afirmou que “foi montado um circo por representantes da Palestina, um bando de esquerdistas para tumultuar a galeria da Câmara”. Ele declarou que seu filho, Mauro de Lima – que é judeu – apenas fazia um vídeo quando foi hostilizado pelos manifestantes, o que deu início à confusão. “Eu não fiquei acuado e comecei a discussão para defender nossos princípios”, declarou o parlamentar, reiterando apoio à causa israelense.
A bancada de oposição informou que está tomando as medidas cabíveis para responsabilizar os autores das agressões e os parlamentares que, segundo eles, “incentivam a violência política”. “Não vamos tolerar provocações, intimidações e agressões. A Câmara Municipal é um espaço democrático e deve garantir o direito à livre manifestação”, diz a nota.
Um vídeo do momento da confusão circula nas redes sociais e deve ser usado como prova nas denúncias.