Na noite desta quinta-feira, 26, alunos do Polo de Parintins da Faculdade Fametro se reuniram em frente ao prédio da instituição na ilha tupinambarana para protestar contra um esquema de desvio de mensalidades.
A situação envolve uma ex-funcionária que teria recebido pagamentos diretamente em sua conta pessoal, sem registrá-los no sistema oficial da faculdade. A estimativa é que cerca de R$ 100 mil teriam sido desviados.
Desde agosto de 2023, os estudantes enfrentam dificuldades para acessar o portal acadêmico, utilizado para a realização de atividades como provas e exercícios online. Devido a problemas no sistema, foram orientados a efetuar os pagamentos diretamente na faculdade.
A funcionária do setor financeiro, identificada como responsável pelo desvio, emitia recibos falsos aos alunos. A reportagem teve acesso a vídeos dos protestos em frente à instituição.
Uma aluna, que preferiu não se identificar, explicou que os problemas começaram ainda no final do ano passado. “Os alunos estão sendo prejudicados e impedidos de assistir às aulas devido ao desvio de dinheiro por uma ex-funcionária”, afirmou.
Ela afirmou ainda que os estudantes buscaram ajuda dentro da própria instituição. “Quando pedíamos ajuda à antiga reitora, Lanira Garcia, ela nos direcionava para a funcionária responsável pelos desvios”, acrescentou.
Alunos denunciam desvio ao Ministério Público
O Ministério Público do Estado do Amazonas foi acionado pelos estudantes para intervir na situação. No texto da denúncia, os alunos informaram que realizaram pagamentos via PIX diretamente para a funcionária e que esses valores não foram registrados como quitados. Os estudantes também registraram boletins de ocorrência na delegacia de Polícia Civil.
Fametro afirma que orienta alunos sobre forma de pagamento das mensalidades
Em resposta às acusações, por meio de nota oficial, a Fametro declarou que todos os alunos são orientados a realizar seus pagamentos por meio de cartão de crédito, débito ou boleto bancário.
“A colaboradora envolvida em uma ação de má-fé foi demitida, e tomamos as providências necessárias. Um inquérito policial já foi instaurado, porém, infelizmente, a devolução do valor à instituição foi prejudicada. É importante destacar que golpes podem ocorrer, e todos devem permanecer atentos. Caso o aluno se depare com uma situação semelhante, é fundamental que denuncie imediatamente”, informou a instituição em trecho da nota.
Instituição sugere que alunos paguem novamente as mensalidades
Apesar das medidas tomadas pela faculdade, os alunos permanecem sem acesso ao portal acadêmico e são considerados inadimplentes. Eles afirmam que a Fametro ofereceu como solução o pagamento novamente das mensalidades para regularizar a situação acadêmica dos estudantes. Essa proposta gerou insatisfação entre os alunos, que se recusam a pagar novamente por algo já quitado.