fevereiro 12, 2025
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Com saúde em crise, deputado pede convocação da direção do HGR para prestar esclarecimentos

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O caos que se encontra a saúde pública no Estado foi um dos principais assuntos da sessão ordinária desta quarta-feira, 12, na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Até mesmo deputados da base aliada do governador Antonio Denarium (PP), como Gabriel Picanço (Republicanos) e Joilma Teodora (Podemos), se uniram aos demais parlamentares para cobrar melhorias do Executivo. 

Picanço solicitou da Comissão de Saúde e Saneamento a convocação da direção do Hospital Geral de Roraima (HGR) para prestar esclarecimentos. Para exemplificar o descaso, ele citou dois exemplos de pacientes do município de São Luiz, no Sul de Roraima, que aguardam  procedimentos médicos há quase um ano. 

“Um paciente está com uma bolsa de colostomia que deveria ter sido retirada em 90 dias, já está com ela há um ano e três meses. É a quarta vez que é marcada a cirurgia dele e ele é dispensado. Não tem anestesista nem médico. Temos também um rapaz que trabalha como mecânico e está ‘pendurado’ em duas muletas, precisa fazer uma cirurgia urgente de coluna e está impossibilitado de trabalhar”, informou.

A deputada Joilma Teodora (Podemos) também pediu que o Governo providencie a mudança da direção do Hospital de Rorainópolis. “A população de lá está sofrendo. São muitas denúncias”, comentou.

Ela também relatou a situação de uma servidora da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) que tem aneurisma e ainda não conseguiu fazer cirurgia.

“Infelizmente, acredito que, dentro daquela instituição [HGR] faltam união e diálogo. A gente precisa saber o que está acontecendo lá dentro, e o porquê dessa falta de atendimento. Amanhã pode ser eu, pode ser meu filho”, destacou.   

O presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, o deputado  Dr. Cláudio Cirurgião (União), endossou a solicitação dos colegas e acrescentou que diariamente recebe denúncias sobre a falta de profissionais nas unidades de saúde.

“Ontem, passei uma situação ao governador de Roraima sobre o hospital de Baliza, que também está sem direção desde domingo e sem médico desde esta terça [11], com crianças internadas e uma gestante que estava esperando ser transferida e teve que ser por um enfermeiro. Até esta manhã, ainda não tive resposta se tem médico lá para atender a população”, ressaltou.

Comissão pede explicações sobre contratações absurdas

O parlamentar frisou que a Comissão de Saúde também pediu esclarecimentos sobre diversas contratações “absurdas” feitas pela Secretaria de Saúde (Sesau). “É uma ingerência enorme que existe dentro daquela secretaria. Pedi, novamente, ao governador Denarium [PP] que tome alguma atitude em relação à pasta”, informou.

O deputado Armando Neto (PL) acrescentou que o gargalo do governo é a Saúde e disse que há falta de gestão.

“Temos visto que o problema é no Sul do Estado, na maternidade, no HGR, Cosme e Silva, no Hospital das Clínicas. Seja em qualquer lugar dentro da estrutura da Saúde, muitas das vezes predial, de condições de recursos humanos, de insumos para o desempenho da função. Tudo isso falta em algum lugar e a todo tempo. Então, o que falta é gestão. Nós temos batido nesta tecla, quando somos indagados pela sociedade e pelo usuário do serviço público”, explicou.

Por fim, Neto apontou que aguarda respostas sobre o pedido de informação feito à Comissão de Saúde da Casa e enviado à Sesau. “Ainda está em tempo hábil, mas, se não atender e não bater a realidade com a necessidade, nós temos a obrigação de convocar a secretária para prestar esclarecimentos”, disse.

Clínicas querem rescindir contratos com o Governo

Ainda durante a sessão desta quarta-feira, 12, o deputado Idázio da Perfil (MDB) afirmou que foi procurado por clínicas que prestam serviços para o Estado e querem rescindir contratos por falta de pagamento.

“Algumas empresas estão pensando seriamente em rescindir esses contratos, porque não estão sendo pagas. Gostaríamos de saber qual é o problema, porque sabemos que para a Sesau estão indo recursos. Tem pessoas que estão com pequenas clínicas, se sacrificando para mantê-las abertas e atender ao público, mas vai chegar um limite em que a água do pote vai secar e elas não vão ter de onde tirar”, alertou o parlamentar.

 

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