Um personal trainer de 37 anos, identificado pelas iniciais E.L.S., foi indiciado nesta sexta-feira (11) pela Polícia Civil de Roraima por três crimes de estupro. A investigação foi conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) após denúncias anônimas publicadas em uma rede social, em que mulheres relataram terem sido vítimas de abuso sexual.
Inicialmente, as denúncias foram recebidas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), que instaurou o inquérito e, devido à natureza digital das denúncias, encaminhou o caso à DERCC. A partir disso, três vítimas foram identificadas e prestaram depoimentos detalhados.
Segundo o delegado Eduardo Patrício, responsável pelo caso, o investigado se apresentava falsamente como personal trainer, sem ter registro ou formação na área, e usava essa fachada para se aproximar das vítimas.
“A partir dos depoimentos e das provas materiais reunidas, conseguimos comprovar o padrão de atuação do investigado, que utilizava de sua suposta autoridade profissional para atrair e manipular as vítimas. O inquérito foi concluído com base sólida, e o indiciamento reflete a gravidade dos crimes cometidos”, afirmou o delegado.
A polícia apurou que, entre 2018 e 2023, três mulheres foram vítimas diretas de abuso, enquanto outras dez foram abordadas, mas não cederam aos avanços. O suspeito oferecia acompanhamento físico e aplicação de anabolizantes como forma de se aproximar das mulheres, agindo por meio de manipulação e constrangimento para forçar atos libidinosos.
E.L.S. foi preso em flagrante em 27 de fevereiro deste ano, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência. No local, os agentes encontraram seringas, frascos e substâncias anabolizantes sem registro na autoridade sanitária competente. Na ocasião, ele foi autuado em flagrante por crime contra a saúde pública, conforme o artigo 273 do Código Penal Brasileiro.
Com a conclusão do inquérito, o personal foi formalmente indiciado pelos três estupros. Se condenado, pode pegar entre 28 e 45 anos de prisão.
“Foi uma investigação minuciosa, bem complexa. Mas reunimos provas suficientes da atuação do investigado nestes crimes. A meta da Polícia Civil é fazer o combate rigoroso aos crimes de violência sexual e destacamos a importância da denúncia, inclusive anônima, como instrumento fundamental para interromper ciclos de abuso e garantir que os autores sejam responsabilizados perante a Justiça”, concluiu Patrício.