março 12, 2025
InícioRoraimaPor que Genilson Costa está calado sobre suposto esquema criminoso milionário na...

Por que Genilson Costa está calado sobre suposto esquema criminoso milionário na Câmara de BV?

Publicado em

Uma semana após o ex-vereador Ruan Kenobby (DC) escancarar um suposto esquema de desvio de verbas públicas envolvendo vereadores de Boa Vista, o presidente da Casa Legislativa, Genilson Costa (Rep), segue completamente em silêncio sobre o caso. Por quê?

Causa estranheza que o chefe do Legislativo municipal não tenha emitido uma nota oficial sobre o caso nas mídias da Câmara Municipal, em suas redes sociais pessoais ou por qualquer outro meio que demonstre transparência.

Também chama atenção o fato de o presidente da Casa Legislativa não ter determinado uma apuração da suposta farra com recursos públicos para beneficiar vereadores, nem solicitado aos órgãos competentes que iniciem uma fiscalização para identificar os supostos envolvidos ou para demonstrar à sociedade roraimense que não há nada que desabone a conduta dos parlamentares.

De fato, o denunciante não revelou os nomes dos parlamentares que estariam sangrando os cofres públicos da Casa Legislativa ao longo dos anos. Contudo, quais os motivos do silêncio? Por que não solicitar uma investigação séria e célere sobre o caso polêmico?

Para entender o caso, caros leitores de O Fato, é preciso voltar ao dia 3 deste mês. Naquele dia, o ex-vereador Ruan Kenobby, que está morando nos Estados Unidos, tornou público um suposto esquema criminoso no qual cada um dos envolvidos desviariam até R$ 118 mil por mês, chegando a R$ 1,5 milhão ao ano.

Segundo Kenobby, no esquema, os envolvidos utilizavam “notas fiscais frias” para justificar despesas inexistentes e, assim, desviar verbas públicas. No entanto, Kenobby não ousou dizer quantos e quais vereadores participariam do esquema criminoso.

MPRR

O FATO entrou em contato com o Ministério Público de Roraima (MPRR) logo após a denúncia do vereador vir à tona, para questionar se há investigações sobre os casos citados na matéria, mas não obteve retorno.

Polêmicas

Genilson Costa foi preso pela Polícia Federal em 18 de outubro de 2024, durante a Operação Mortellus, que investiga um esquema de corrupção eleitoral e compra de votos nas últimas eleições.

Ele foi liberado após obter um habeas corpus no dia 20 do mesmo mês. De acordo com o relatório da Polícia Federal, o vereador possuía uma lista de itens oferecidos a eleitores em troca de votos.

Mensagens interceptadas revelam a criação de um grupo de WhatsApp chamado “Os Top 10”, supostamente usado para organizar esquemas de compra de votos com dinheiro do tráfico de drogas nas eleições de 2024.

Em outro grupo, “Os Top 100”, membros recebiam entre R$ 100 e R$ 150 para votar no vereador. Entre as despesas identificadas pela Polícia Federal, constam R$ 500 em combustível para um pastor, R$ 510 para cervejas consumidas em um evento político e R$ 200 para remédios de um amigo. A investigação aponta que ao menos R$ 1 milhão pode ter sido utilizado na compra de votos com recursos oriundos do tráfico de drogas.

Em 2023, o Ministério Público de Roraima (MPRR) denunciou Genilson Costa por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Ele e outras sete pessoas foram alvos da Operação Tânatos, conduzida pela Polícia Federal em abril de 2022. O parlamentar é suspeito de fornecer veículos para o transporte de entorpecentes.

As investigações começaram em dezembro de 2020, após a prisão de um dos envolvidos na entrada de Boa Vista. Na ocasião, foram apreendidos mais de 50 kg de skunk, avaliados em cerca de R$ 5 milhões. A análise de aparelhos celulares revelou que o suspeito preso fazia parte de um esquema criminoso que envolvia outras sete pessoas, incluindo o vereador Genilson Costa.

O grupo seria responsável pela logística de compra, transporte e venda da droga, além da movimentação de grandes quantias em dinheiro. Em uma das mensagens obtidas pela PF, um dos investigados menciona que R$ 1,5 milhão provenientes do tráfico seriam destinados ao vereador para “ajudar na briga pela mesa”, uma referência à disputa pela presidência da Câmara Municipal na época.

Álik Menezes, jornalista e criador do O FATO

spot_img

Últimos Artigos

Fórum reúne presidentes de Federações do Comércio em Roraima

As Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo dos estados do Acre, Amazonas,...

Comissão de Meio Ambiente no Senado cria subcomissão para acompanhar COP 30 e discutir sustentabilidade

Em sua primeira reunião deliberativa do ano, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou...

Operação reforça fiscalização contra pesca predatória durante o defeso em Roraima

A Polícia Civil de Roraima (PCRR), por meio da Delegacia de Proteção ao Meio...

Deputado pede investigação sobre contratos da OSS que geria Hospital Regional de Lábrea

A situação crítica do Hospital Regional de Lábrea foi tema de pronunciamento do deputado...

Mais como este

Fórum reúne presidentes de Federações do Comércio em Roraima

As Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo dos estados do Acre, Amazonas,...

Comissão de Meio Ambiente no Senado cria subcomissão para acompanhar COP 30 e discutir sustentabilidade

Em sua primeira reunião deliberativa do ano, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou...

Operação reforça fiscalização contra pesca predatória durante o defeso em Roraima

A Polícia Civil de Roraima (PCRR), por meio da Delegacia de Proteção ao Meio...