O Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) instaurou um inquérito civil público para apurar um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Colinas do Tocantins, que teria causado o desvio de mais de R$ 17 milhões em recursos públicos. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça do município, sob responsabilidade do promotor Gustavo Henrique Lopes Fragoso, e publicada no Diário Oficial do MPTO do dia 28 de outubro.
De acordo com a portaria de instauração, o caso envolve denúncias de superfaturamento de licitações, repasses ilegais e contratos fraudulentos firmados com as empresas Construtora Iriri EIRELI, KM Construtora e Azia Veículos. Segundo o documento, o esquema seria estruturado em dois núcleos — político e empresarial — e contaria com a participação de agentes públicos e familiares de gestores municipais.
Entre os investigados estão o prefeito Josemar Carlos Casarin (União Brasil), o vice-prefeito Francisco Delmares, o secretário de Educação Marcos Mota, o secretário de Obras Ruy Batista, além dos irmãos Jane Mota do Nascimento e Waisten Batista, e o vereador Antonio Pedroza, conhecido como “Azia”. Também é citado Thomas Brollis Gomes Silva, apontado como beneficiário de transferências suspeitas e com histórico criminal.
Conforme o MPTO, documentos e extratos bancários indicam que a Construtora Iriri EIRELI teria recebido milhões em contratos municipais superfaturados e transferido parte dos valores a pessoas ligadas a políticos.
Um dos exemplos citados é uma transferência de R$ 50 mil à irmã do secretário de Educação, realizada em fevereiro de 2023, logo após pagamento da prefeitura à empresa. O irmão do secretário de Obras teria recebido R$ 15 mil, enquanto o vereador Antonio Pedroza recebeu R$ 5,8 mil após repasse municipal de R$ 443 mil à construtora.
O vice-prefeito Francisco Delmares também teria recebido R$ 4,5 mil, mas deixou de ser beneficiado após romper politicamente com o prefeito, fato que reforça a suspeita de que os pagamentos estariam atrelados à fidelidade política. Além disso, a KM Construtora compartilha o mesmo endereço da Construtora Iriri, levantando indícios de que possa se tratar de empresa de fachada para dispersar os recursos e dificultar o rastreamento financeiro.
O promotor determinou a expedição de ofícios aos investigados para que apresentem defesa ou esclarecimentos e ordenou novas diligências para localizar o investigado Thomas Brollis, ainda não encontrado.
O MPTO também informou que recebeu da Prefeitura de Colinas o link de acesso à documentação das contratações com as empresas investigadas e que a portaria foi publicada para conhecimento público, conforme determina a Resolução nº 005/2018 do Conselho Superior do Ministério Público.
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