O assessor parlamentar Jackson Renei Aquino de Souza, de 38 anos, foi exonerado do cargo que ocupava na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) dois dias após ter sido preso pela Polícia Federal (PF) com R$ 700 mil em espécie e suspeito de envolvimento em um ataque hacker que desviou milhões de reais de instituições financeiras. A exoneração foi publicada nesta quarta-feira (23).
Jackson era assessor parlamentar comissionado do deputado estadual Neto Loureiro (PMB) e recebia salário de R$ 4 mil. Além da atividade parlamentar, atuava como corretor de imóveis e declarou renda mensal de R$ 10 mil. Em nota, Loureiro afirmou que o servidor estava de férias e declarou que “não compactua com qualquer tipo de ato ilegal”.
A PF informou que Jackson foi detido ao sair de uma agência bancária, após ser identificado como destinatário de R$ 2,4 milhões oriundos de empresas ligadas ao ataque cibernético. O caso é tratado como um dos maiores crimes virtuais já registrados no país. O saque de R$ 1 milhão estava agendado por ele para o dia da prisão.
Na audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em preventiva. Segundo a PF, Jackson alegou que o dinheiro seria de um garimpeiro venezuelano interessado na compra de uma fazenda. Para os investigadores, a justificativa não se sustenta e configura “cegueira deliberada”, quando o suspeito evita conscientemente saber da origem ilícita do dinheiro para alegar ignorância.
Além do dinheiro em espécie, a PF apreendeu o carro do investigado. Jackson é casado, pai de três filhas e natural de Itaituba, no Pará.
Ataque hacker
O ataque aconteceu contra a empresa C&M Software, que presta serviços tecnológicos a instituições financeiras e faz a intermediação de operações com o Banco Central, como transações via PIX. A empresa informou que ao menos seis clientes foram afetados. Estima-se que o prejuízo total possa chegar a R$ 800 milhões. O caso está sob investigação da Polícia Federal.