Três vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) manifestaram insatisfação com a administração do governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil). Os parlamentares Coronel Rosses (PL), Sargento Salazar (PL) e Rodrigo Guedes (PP) utilizaram redes sociais para apontar falhas nas pastas de saúde e segurança pública do estado.

O vereador Coronel Rosses direcionou críticas à gestão da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Rosses afirmou que existe “um rombo de mais de R$ 3 bilhões na Secretaria de Saúde” e criticou a proposta do governo de transferir unidades para uma organização social, que administraria “mais de R$ 1 bilhão de dinheiro público”. O parlamentar definiu o modelo como uma “privatização disfarçada”.

Segundo o coronel Rosses, médicos do Hospital João Lúcio estariam realizando cirurgias cerebrais com um único kit, revezando entre pacientes. “Falta gás, seringa e, acima de tudo, falta vergonha na cara e compromisso com o cidadão”, criticou.

Desvalorização da Tropa

O vereador Sargento Salazar concentrou críticas à área de segurança. Conforme Salazar, o governo negligencia a Polícia Militar. “Tu deve odiar a profissão de policial militar. Não paga data-base, promoção, auxílio, fardamento. Ainda tirou a lei de curso”, disse.

Ainda de acordo com o parlamentar existe aumento de violência no interior do estado. “Os municípios estão tomados por facções. Em Envira, tocaram fogo em casas e ônibus, e o efetivo é de apenas quatro policiais. O secretário vai, faz operação para a foto e vai embora. Continua tudo igual”, denunciou.

Salazar também ironizou a autopromoção do governador em eventos públicos. “Perto da eleição, fazem festa para entregar carteira de identidade e se promover politicamente. Eu teria vergonha na cara. E o atraso de vida ainda quer ser senador, uma imundície dessa”, destacou.

O vereador Rodrigo Guedes reforçou as críticas à segurança pública, destacando a falta de valorização dos policiais e os altos índices de violência. “Governador Wilson Lima, o Amazonas está entre os estados mais violentos do Brasil. E Manaus, infelizmente, está entre as capitais mais violentas do país e até do mundo”, afirmou.

Para Guedes, o cenário é alarmante. “Tivemos reduções nos índices, mas ainda estamos entre os mais violentos. Isso se deve à desvalorização do profissional de segurança pública, que está na ponta, combatendo a criminalidade. Câmeras e tecnologias são importantes, mas quem faz segurança é o policial”, alertou.

De acordo com o vereador, há perdas salariais da categoria. “Os policiais do Amazonas não tiveram as datas-base de 2021, 2022 e 2025 pagas. Há defasagem de 13,75%, e o auxílio-fardamento não é pago desde 2022. O auxílio-alimentação está congelado em R$ 500 desde 2018”, ressaltou.

O progressista cobrou que o governo cumpra suas obrigações, lembrando que o orçamento estadual prevê valores próximos a R$ 32 bilhões para 2025 e R$ 37,6 bilhões para 2026.

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