O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) formalizou uma denúncia à Justiça contra o jornalista Alex Braga, acusando-o de estupro, indução ao aborto sem o consentimento da gestante e violência psicológica contra a prima de sua ex-mulher.
A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Marcelo Bitarães de Souza Barros no dia 27, detalha uma série de graves acusações, envolvendo também coação emocional e tentativas de ocultação de crimes anteriores.
Alex Braga é acusado de crimes envolvendo abuso físico e psicológico contra a vítima, que é prima de sua ex-esposa. A denúncia se baseia em diversas violações do Código Penal, incluindo:
- Estupro (Art. 213, caput): A vítima relatou que, em março de 2023, foi estuprada por Braga, que a teria coagido sob ameaça de arma.
- Agravante de tentativa de ocultação de crime (Art. 125, combinado com Art. 61, inciso II, alínea “b”): Após a vítima engravidar, Braga teria forçado a mulher a ingerir medicamentos abortivos para ocultar os crimes cometidos.
- Violência psicológica (Art. 147-B): A vítima foi sujeita a coação emocional, com manipulação afetiva, intimidação e chantagens que limitavam suas escolhas e sua liberdade.
A investigação foi iniciada quando a vítima, após engravidar devido ao estupro, procurou o denunciado para informar sobre a gestação. Em resposta, Braga tentou forçar a interrupção da gravidez através de métodos coercitivos e manipulação psicológica, com o objetivo de esconder o estupro e preservar sua imagem e casamento.
Elementos adicionais anexados ao processo, como áudios de conversas, mostram que o acusado estava desesperado com a possibilidade de sua então esposa descobrir tanto a traição quanto o estupro de sua prima. Nos áudios, ele se preocupa em ocultar esses fatos para evitar o impacto na sua vida pessoal e profissional. O próprio depoimento de Braga, expresso em suas falas, revela que sua principal motivação para forçar o aborto foi ocultar os crimes e evitar as consequências sociais do ocorrido.
Esse comportamento levou à configuração de uma agravante de motivo torpe (Art. 61, inciso II, alínea “a”), visto que Braga não apenas cometeu os crimes contra a vítima, mas também manipulou a situação para salvar sua própria reputação.
Prisão temporária de Braga
Em 12 de novembro do ano passado, Alex Braga foi preso em Manaus, em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Ele foi levado para a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM). A detenção ocorreu após novas denúncias, quando a vítima relatou perseguições contínuas e ameaças por parte do acusado.