A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (26/11), a Operação Déjà Vu, destinada a apurar suspeitas de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos destinados à recuperação e manutenção de estradas vicinais no interior de Roraima. A casa do ex-prefeito Joner Chagas foi alvo de buscas.
Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Boa Vista e no município de Bonfim. Além disso, por determinação da Justiça Estadual, foram bloqueados e sequestrados bens avaliados em mais de R$ 2 milhões. A decisão judicial também determinou a apreensão de bens diversos e a suspensão imediata do contrato firmado entre o órgão público investigado e a empresa suspeita de integrar o esquema.
As investigações tiveram início em setembro de 2025, após a prisão em flagrante da empresária Mariângela Moletta (dona da Prosolo), o esposo Emiliano Natal do Nascimento e a filha do casal, Juliana Moletta Nascimento, que haviam sacado mais de R$ 510 mil em espécie em Boa Vista. Os três também foram alvo da operação desta quarta-feira, 26.
A partir desse episódio, a PF identificou indícios de que os envolvidos estavam ligados a medições fraudulentas e a um esquema estruturado em torno de uma empresa contratada para executar obras em estradas vicinais. Apesar de possuir contratos superiores a R$ 40 milhões, a empresa não apresentava estrutura física ou capacidade operacional compatível com a execução dos serviços.
Segundo a Polícia Federal, os elementos reunidos apontam para a existência de um grupo organizado atuando de forma coordenada para cometer crimes como fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O esquema envolveria o uso de uma empresa de fachada e movimentações financeiras consideradas atípicas pelos investigadores.
“Articulador”
O ex-prefeito de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos), é apontado como “articulador” do esquema que controlava medições fraudulentas, direcionava pagamentos a servidores e utilizava empresas de fachada para movimentar recursos. O caso ganhou repercussão após a prisão em flagrante de três pessoas em Boa Vista com R$ 510 mil em espécie, dinheiro que, segundo o relatório, teria origem em contratos da prefeitura com a Construtora Prosolo.


