A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal iniciou nesta semana uma diligência oficial na Ilha do Marajó, no Pará, para apurar denúncias graves de tráfico, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A operação, chamada Missão Marajó, é liderada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que preside a comissão.
O caso que motivou a ação foi o desaparecimento da menina Elisa Rodrigues, de apenas 2 anos, ocorrido em setembro de 2023, na zona rural do município de Anajás. A senadora informou que o episódio já foi encaminhado ao Ministério da Justiça, que avalia a possibilidade de federalizar as investigações, transferindo-as para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
A região do arquipélago do Marajó é historicamente marcada por altos índices de pobreza, baixa escolaridade e vulnerabilidade social. Esses fatores, segundo a comissão, tornam a população ainda mais suscetível a crimes como a exploração sexual infantil. Damares ressaltou que há indícios de que a área esteja sendo usada como rota de tráfico humano.
A diligência inclui visitas a comunidades no arquipélago e à capital paraense, e deve se estender até este sábado (28). A missão tem como objetivos principais:
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Ouvir os moradores locais;
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Identificar fragilidades na rede de proteção à criança e ao adolescente;
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Propor medidas corretivas junto às autoridades competentes;
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Reforçar o combate ao tráfico de pessoas na região.
A missão conta com a presença de assessores, consultores do Senado e da polícia legislativa, que garantem a segurança da equipe.
Durante a visita, Damares Alves mencionou a Operação Olho de Dragão, realizada nesta semana nos Estados Unidos, que resultou no resgate de 60 crianças vítimas de tráfico na Flórida. Para a senadora, o êxito da operação norte-americana representa um sinal de esperança para o enfrentamento de situações semelhantes no Brasil.
O arquipélago do Marajó, a maior ilha fluviomarinha do planeta, já foi palco de outras investigações relacionadas à exploração sexual infantil. A atual diligência do Senado busca não apenas respostas concretas para o caso de Elisa, mas também soluções estruturais para proteger os direitos das crianças amazônidas.