Em declaração a veículos da imprensa internacional, nesta terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descreveu como “desastrosa” a Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro no dia 28 de outubro, que culminou em 121 óbitos. Durante o encontro com jornalistas, realizado em Belém, onde participará da Cúpula do Clima, o chefe do Executivo nacional disse que houve falhas na intervenção estatal. “A ordem do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança, e houve uma matança”. Lula assegurou que vai cobrar uma apuração independente sobre o ocorrido.
A operação, considerada a mais letal da história fluminense, envolveu 2.500 agentes de segurança em uma ofensiva contra alvos estratégicos do Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, localizados na zona norte da capital.
A ação é defendida pelo governador Cláudio Castro (PL), que a qualificou como “um sucesso”. Entretanto, relatos de residentes das comunidades afetadas indicam que dezenas de cadáveres foram localizados em áreas de mata com indícios de execução sumária e tortura, havendo registros de vítimas com mãos e pernas amarradas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já havia se posicionado, recomendando uma investigação autônoma para “garantir responsabilização pelos fatos”. O presidente Lula endossou a exigência por um exame minucioso, afirmando: “É importante ver em que condições se deu”. As declarações foram prestadas em Belém, cidade que será sede da Cúpula do Clima nos dias 6 e 7 de novembro, e posteriormente da COP30, a partir do dia 10.
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