A Prefeitura de Parintins vai gastar R$ 3,7 milhões na construção de reservatórios metálicos de água, apesar de estudos apontarem contaminação em poços artesianos do município.
O contrato foi firmado com a empresa Amazonconcreto Construções Ltda., vencedora do Pregão Eletrônico nº 43/2025, e prevê reservatórios com capacidade entre 5 mil e 20 mil litros.
Confira o edital do pregão:
O gasto milionário ocorre em meio a questionamentos sobre as prioridades da prefeitura já que pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) identificou presença de alumínio, amônia e nitrato, que são substâncias nocivas à saúde, em poços usados para abastecimento.
A contaminação, segundo o estudo, tem origem em esgoto doméstico, reflexo da ausência de saneamento básico adequado.
A empresa contratada, com sede em Manaus e capital social de R$ 710 mil, atua principalmente na construção de edifícios, mas também realiza obras de urbanização e terraplanagem.
O contrato foi publicado no Diário Oficial do Município, mas até o momento a prefeitura não apresentou esclarecimentos sobre a escolha da empresa ou sobre medidas para garantir a qualidade da água armazenada.
Especialistas consideram que ampliar o armazenamento sem resolver a contaminação pode apenas multiplicar o problema. O sociólogo Luiz Carlos Marques observa que reservar água de má qualidade não tem sentido e alerta que a prioridade deveria ser o tratamento e o saneamento antes de qualquer expansão estrutural.
Segundo ele, o investimento sem solução para a causa da poluição representa risco à saúde pública e desperdício de recursos.


