O Ministério Público do Amazonas (MP-AM), com apoio da Polícia Civil, apreendeu um total de R$ 3,39 milhões ligados ao vereador Rosinaldo Bual (Agir), investigado por comandar um esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A operação “Face Oculta”, deflagrada nesta sexta-feira (3), resultou também na prisão preventiva do parlamentar e de sua chefe de gabinete.
Segundo o Gaeco, o montante inclui R$ 390 mil em dinheiro vivo, dois cheques que juntos superam R$ 500 mil e o bloqueio judicial de R$ 2,5 milhões. Parte do valor foi encontrado em cofres apreendidos na casa do vereador, no sítio da família e na residência da mãe.
Esquema de “rachadinha”
As investigações apontam que Bual obrigava servidores comissionados a devolver até metade dos salários recebidos. Para manter o esquema, ele teria nomeado entre 40 e 50 assessores, número muito superior às necessidades do gabinete, incluindo pessoas que não exerciam funções públicas.
Os valores eram recolhidos por um núcleo restrito de confiança e depois revertidos em benefício do parlamentar, em movimentações financeiras suspeitas que buscavam ocultar a origem ilícita.
Além de Bual, foi presa preventivamente sua chefe de gabinete, apontada como operadora principal do esquema. Ela era responsável por cobrar diretamente os servidores e organizar parte da arrecadação.
A Justiça determinou o afastamento do vereador de suas funções por 120 dias, além da quebra de sigilos bancário e telemático. Bual também foi autuado por posse irregular de arma de fogo de uso permitido encontrada durante a operação.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, entre eles na Câmara Municipal e em endereços ligados ao parlamentar. No interior de um dos cofres apreendidos, além do dinheiro vivo e dos cheques, estavam documentos e passaportes.
Próximos passos
Em coletiva de imprensa, o promotor Leonardo Tupinambá do Valle, coordenador do Gaeco, afirmou que a denúncia contra o vereador deve ser apresentada já na próxima semana.
“O parlamentar mantinha uma alta rotatividade de funcionários. O dinheiro passava primeiro por quatro ou cinco pessoas da equipe e, depois, era revertido em benefício direto dele”, explicou.
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