outubro 2, 2025
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Joner Chagas é apontado como “articulador” de esquema de desvio de verba pública em Bonfim, diz relatório da PF

Três pessoas foram presas com R$ 500 mil em operação contra empresa de fachada

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Uma investigação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema de desvio de verbas públicas aponta o ex-prefeito de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos), como “articulador” de um esquema que controlava medições fraudulentas, direcionava pagamentos a servidores e utilizava empresas de fachada para movimentar recursos. O caso ganhou repercussão após a prisão em flagrante de três pessoas em Boa Vista com R$ 510 mil em espécie, dinheiro que, segundo o relatório, teria origem em contratos da prefeitura com a Construtora Prosolo.

O Portal O Fato teve acesso ao relatório da PF que explica que as primeiras movimentações foram identificadas em 15 de setembro, quando Joner manteve conversas de WhatsApp com a empresária Mariângela Moletta, sócia da Prosolo.

Nos diálogos, os dois combinaram o valor da medição — etapa em que um servidor técnico registra oficialmente quanto da obra foi executado para liberar o pagamento. Segundo a PF, os quilômetros de estrada atestados nessa medição foram definidos de forma arbitrária, sem relação com o que de fato havia sido feito, caracterizando fraude.

Veja as imagens:

Para sustentar a manobra, Joner teria indicado o engenheiro civil Marcelo Baraúna Bento, servidor da Prefeitura de Bonfim, como responsável por assinar a medição fraudulenta. O aval técnico dava aparência de legalidade ao documento e possibilitou a liberação de um pagamento de R$ 2,05 milhões à Prosolo. Para os investigadores, o envolvimento de um servidor público reforça a existência de uma rede estruturada para dar respaldo às irregularidades.

Sede da Prosolo

O relatório ressalta ainda que a Construtora Prosolo Ltda. funcionava em uma residência comum, sem estrutura física ou equipamentos compatíveis com contratos de grande porte. Para a PF, a ausência de maquinário, frota e sede adequada reforça a suspeita de que a empresa atuava apenas como fachada para movimentar os recursos desviados.

Joner organizava destinação do dinheiro

As mensagens revelam ainda que Joner tratava diretamente da destinação do dinheiro. Ele ordenava transferências e repasses, como as três transferências de R$ 37,6 mil, R$ 35 mil e R$ 10 mil instruídas a Mariângela minutos antes do flagrante.

Parte desses valores foi enviada via PIX para Wendry Rayka Amorim King, filha do pregoeiro do município, Cirilo Francis de King e Campos Júnior, apontado pela PF como peça-chave para viabilizar a contratação da Prosolo. Para os investigadores, esse pagamento indica a prática de propina por meio de pessoa interposta.

 

Dono da Ata

O relatório também mostra que Joner se apresentava como o “dono” da Ata de Registro de Preços firmada pelo município. Em mensagens a Mariângela, afirmou que pretendia usar o documento em diferentes municípios e aditivar seu valor no ano seguinte. Segundo a PF, essa conduta evidencia a intenção de expandir o esquema e multiplicar os ganhos por meio da mesma empresa.

Mãe e filha flagradas sacando dinheiro

O flagrante que levou às prisões ocorreu na terça-feira, 30. Naquele dia, Mariângela, sua filha Juliana Moletta Nascimento e Emiliano Natal do Nascimento foram filmados em caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil, em Boa Vista, realizando saques sucessivos de valores altos.

As imagens mostram as mulheres retirando pacotes de cédulas, guardando o dinheiro em mochilas e, logo depois, deixando a agência. Poucos minutos mais tarde, o trio foi abordado por policiais federais e preso com R$ 510,2 mil em espécie.

Além das imagens de segurança, a análise dos celulares apreendidos reforçou a participação de Joner. As conversas indicam que ele permanecia nos bastidores, coordenando o passo a passo da operação financeira, enquanto Mariângela e Juliana executavam as ordens e Emiliano auxiliava no transporte do dinheiro.

PF atribui diversos crimes ao grupo

A Polícia Federal atribui ao grupo os crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude em licitação e corrupção ativa. O material foi encaminhado à Justiça Federal e deve subsidiar novos pedidos de diligência.

A reportagem tenta contato com a assessoria de Joner Chagas e o espaço segue aaberto para manifestação.

Veja também:

PF prende três suspeitos com mais de R$ 510 mil em espécie por suspeita de desvio de recursos públicos

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