A Polícia Federal concluiu, na manhã desta quarta-feira (27/8), o inquérito instaurado no âmbito da Operação Tupinambarana Liberta. Cinco agentes públicos foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral e abolição do Estado Democrático de Direito. A PF, no entanto, não informou os nomes dos indiciados.
De acordo com a investigação, o grupo teria utilizado parte da estrutura do governo estadual, com apoio de integrantes da força policial, para favorecer uma chapa que disputava a Prefeitura de Parintins (AM). Entre as práticas identificadas estão compra de votos e ações destinadas a restringir o livre exercício do direito ao voto.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, responsável por avaliar os elementos apresentados e definir eventuais medidas judiciais. Somadas, as penas previstas para os crimes investigados podem chegar a 20 anos de reclusão, considerando as qualificadoras legais.
Origem da apuração
As investigações tiveram início a partir de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral de Parintins em 16 de setembro de 2024. Durante as diligências, surgiram indícios de que líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional estariam ameaçando eleitores e restringindo a circulação de candidatos em determinadas áreas da cidade.
Também foram encontrados elementos que apontam para a omissão deliberada de agentes públicos, além de provas de monitoramento de adversários políticos e até das equipes da Polícia Federal, numa tentativa de obstruir a atuação da corporação.
Deflagração da operação
A Operação Tupinambarana Liberta foi deflagrada em 3 de outubro de 2024, com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Amazonas, que acompanhou o cumprimento das ordens judiciais contra policiais militares envolvidos no esquema.
O vídeo
O vídeo, capitado no dia 3 de agosto de 2024 e divulgado pelo atual prefeito de Parintins Matheus Assayag no dia 29 de setembro, mostra Fabrício Rogério Cyrino Barbosa (Secretário de Estado de Administração), Marcos Apolo Muniz de Araújo (Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa), Armando Silva do Valle (Diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas) Tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos – Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), Capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins (Companhia de Operações Especiais).