O boletim mais recente da Defesa Civil do Amazonas, divulgado nesta terça-feira, 13, confirma que 18 municípios estão em situação de emergência por causa da cheia dos rios. Mais de 195 mil pessoas já foram afetadas. Segundo o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, o cenário deve persistir até, pelo menos, o mês de junho, com previsão de continuidade da cheia nas nove calhas dos rios amazonenses.
Na atualização, o município de Japurá, cortado pelo rio de mesmo nome — afluente do Solimões —, passou do estado de alerta para emergência, ampliando o número de cidades em condição crítica.
Municípios que estão em situação de emergência
- Humaitá – Rio Madeira
- Apuí – Rio Madeira
- Manicoré – Rio Madeira
- Boca do Acre – Rio Purus
- Guajará – Rio Juruá
- Ipixuna – Rio Juruá
- Novo Aripuanã – Rio Madeira
- Benjamin Constant – Rio Solimões
- Borba – Rio Madeira
- Tonantins – Rio Amazonas
- Itamarati – Rio Juruá
- Eirunepé – Rio Juruá
- Atalaia do Norte – Rio Solimões
- Careiro – Rio Solimões
- Santo Antônio do Içá – Rio Solimões
- Amaturá – Rio Solimões
- Juruá – Rio Solimões
- Japurá – Rio Amazonas
Além dos municípios em emergência, 26 estão em estado de alerta, 17 em atenção, e um permanece em normalidade.
Trecho da Transamazônica submerso
A cheia do rio Madeira causou o alagamento de cerca de 20 quilômetros da BR-230 (Transamazônica), trecho que conecta cidades como Humaitá, Apuí e o distrito de Santo Antônio do Matupi. Com a rodovia interditada, o transporte de passageiros e mercadorias passou a ser feito por balsas, contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O trajeto, que normalmente durava cerca de 12 horas por via terrestre, agora leva até quatro dias por rotas fluviais, passando pelos rios Madeira e Aripuanã. A mudança aumentou os custos logísticos e trouxe impactos diretos à rotina da população e ao abastecimento regional.
Nível do rio Madeira
Em Humaitá, o nível do rio Madeira atingiu 23,44 metros, aproximando-se da marca histórica de 25,63 metros, registrada em 2014. A situação já afeta áreas rurais, suspende aulas e causa prejuízos à agricultura local. De acordo com a Defesa Civil, mais de 16 mil pessoas foram diretamente impactadas pelas inundações somente nessa região.