O controlador-geral do Estado e ex-reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Regys Freitas, é um dos principais alvos da operação Cisne Negro, deflagrada nesta segunda-feira, 8, pela Polícia Federal. Ele é suspeito de liderar um esquema de fraudes em licitações, superfaturamento de contratos e desvio de recursos públicos que pode ter causado um prejuízo de mais de R$ 100 milhões aos cofres da universidade.
A investigação teve início após uma apreensão realizada em agosto de 2023, quando a PF encontrou R$ 3,2 milhões em espécie escondidos em sacos de lixo. O dinheiro estava dividido em fardos de R$ 50 mil, atrás de telhas, nos fundos da casa do irmão de um empresário investigado, em Boa Vista. No local, também foram encontrados quase 5 mil litros de combustível armazenados de forma irregular.
De acordo com a Polícia Federal, Regys é suspeito de direcionar licitações da UERR para uma empresa de engenharia, além de autorizar contratos superfaturados. A suspeita é de que os valores desviados tenham sido usados para enriquecimento ilícito dos envolvidos no esquema.
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, foram apreendidos na casa de Regys joias, relógios de ouro e dinheiro em espécie. Em outro endereço ligado a um servidor da UERR, agentes encontraram mais de 4 mil euros, 6 mil dólares e R$ 7 mil em espécie.

As medidas cautelares foram determinadas pela Justiça Estadual de Roraima e incluem buscas e apreensões, sequestro de bens, bloqueio de valores, apreensão de veículos e a aplicação de tornozeleiras eletrônicas. O total bloqueado pela Justiça ultrapassa R$ 108 milhões.
Além de Regys Freitas, servidores e ex-servidores da universidade também estão sendo investigados por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.