O Ministério Público do Amazonas (MPAM) instaurou um inquérito civil para apurar supostos atos de improbidade administrativa e excesso de poder envolvendo o governador Wilson Lima (União Brasil). A investigação, conduzida pelas promotorias do Centro de Apoio Operacional de Proteção aos Direitos Constitucionais do Cidadão (CAO-PDC), foca em possíveis irregularidades ocorridas no município de Parintins, nas eleições municipais deste ano.
O procurador-geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, assinou o documento que formaliza o inquérito que tem como base a Representação 02.2024.00010590-5, apresentada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública. Entre os objetivos da investigação estão apurar desvio de finalidade, excesso de poder, danos ao erário e possíveis atos de improbidade administrativa. A análise inclui vídeos, fotos e imagens de uma reunião que teria ocorrido entre secretários de Estado e agentes da Polícia Militar.
Uma das denúncias é sobre o uso irregular de agentes públicos das áreas de segurança e fiscalização tributária, supostamente utilizados para intimidar apoiadores do vereador Mateus Assayag (PSD). A prática teria como objetivo favorecer a candidatura de Brena Dianná (União Brasil), aliada política de Wilson Lima.
Exonerações
O secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony, é apontado como um dos envolvidos, sendo o único entre os investigados a permanecer no cargo. Após a abertura do inquérito, foram exonerados outros cinco servidores estaduais, incluindo Fabrício Rogério Cyrino Barbosa, secretário de Administração; Marcos Apolo Muniz de Araújo, secretário de Cultura e Economia Criativa; Armando Silva do Valle, diretor-presidente da Cosama; e oficiais da Polícia Militar, como o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins.
De acordo com o MP, as exonerações ocorreram após a identificação de condutas que teriam desvirtuado as atribuições do sistema de Segurança Pública e da Secretaria de Estado da Fazenda, supostamente com a finalidade de beneficiar a candidatura de Brena Dianná. A denúncia também aponta para ações de intimidação eleitoral relatadas pela deputada estadual Mayra Dias (Avante).