Diante da recusa do senador Hiran Gonçalves (PP) em dialogar com o movimento indígena de Roraima, mesmo após o convite formal, as lideranças decidiram manter a mobilização na BR-174, nas proximidades da comunidade indígena Sabiá, na terra indígena São Marcos.
Na manhã desta sexta-feira, dia 1º, a notícia da recusa gerou indignação e repúdio entre as lideranças indígenas, que consideraram que o senador “não tem interesse em dialogar com as comunidades indígenas”.
Com isso, o movimento indígena decidiu manter as manifestações na BR-174 e também na BR-401, no município de Normandia, até que os senadores, incluindo Hiran Gonçalves, aceitem dialogar com as comunidades.
Em um primeiro momento, o senador Hiran havia concordado em conversar, mas depois voltou atrás. Uma proposta foi feita para que ele recebesse um grupo em Boa Vista, mas o movimento indígena rejeitou a ideia. As lideranças vão renovar o convite e, ao longo do dia, aguardam um retorno.
“Essa proposta não aceitamos. Não vamos negociar o nosso direito, e o convite foi feito para dialogar com o movimento indígena”, afirmaram as lideranças.
O movimento considera que o senador não demonstra interesse em dialogar com as lideranças indígenas. Ainda assim, eles reafirmam o convite para um diálogo pacífico com as comunidades.
“O senador não tem o mínimo de interesse de dialogar com o movimento indígena e tem medo. A nossa manifestação é pacífica, temos o nosso direito à manifestação pela defesa do nosso direito. Essa emenda não vai atingir só o povo de Roraima, mas de todo o país. O Supremo já disse que o marco temporal é inconstitucional”, destacaram as lideranças, que aguardam o posicionamento do senador sobre a questão.
Desde o dia 28, o movimento indígena protesta contra a PEC 48, a lei 14.701 e outros projetos que, segundo as lideranças, ameaçam os direitos indígenas garantidos pela Constituição.
Com a participação de tuxauas, mulheres, jovens, crianças e outras lideranças, o movimento voltou a ocupar a BR-174 por volta das 10h, de forma pacífica, com cantos e danças tradicionais, além de palavras de resistência.
Foto: Amarildo Wai-Wai (Rede Wakywaa)