O deputado estadual Sinésio Campos expressou preocupação com o decreto do prefeito de Parintins, Bi Garcia, que autoriza compras sem licitação. Segundo Sinésio, a medida emergencial pode ser um pretexto para evitar a transparência nas contratações e nos gastos públicos.
“A publicação deste decreto, a pouco mais de um mês do festival, levanta suspeitas sobre as verdadeiras intenções da prefeitura”, afirmou.
Durante a sessão desta terça-feira (22) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Sinésio destacou que a medida ocorre seis meses antes das eleições, permitindo ao prefeito gastar sem necessidade de licitação. O deputado enfatizou que a situação no município é antiga e preocupante.
Sinésio relembrou sua visita a Parintins no ano passado, quando levou a comissão de Recursos Hídricos e Saneamento Básico da Aleam para uma Audiência Pública. Estudos apresentados mostraram agravamento da contaminação dos poços que abastecem a cidade.
“Dos 26 poços, 22 apresentavam altas concentrações de poluentes, tornando a água imprópria para o consumo. A menos de 30 dias do festival folclórico, ele vem com essa medida”, afirmou o deputado.
O parlamentar também destacou que o problema da contaminação da água em Parintins é conhecido desde 2005, com estudos indicando a contaminação dos lençóis freáticos. Em 2018, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) confirmou que a água do município era imprópria para consumo.
Sinésio criticou a falta de regulamentação na perfuração de poços e a inação da prefeitura ao longo dos anos.
“Não é só perfurar poço, é buscar água de qualidade. Seis anos se passaram desde que começamos a denunciar esse problema. Agora, somos surpreendidos com esse decreto de emergência, que aponta essa situação como ‘anormal’. O prefeito estava ciente desse problema e não agiu para resolvê-lo”, declarou.
O deputado alertou que a medida pode prejudicar os cofres públicos e levantou sérias preocupações sobre a transparência e a eficácia na resolução do problema.
Foto: Divulgação