Durante a operação que apreendeu R$ 460 mil em espécie nessa sexta-feira, 26, em Boa Vista, a Polícia Federal prendeu Cleber da Costa Gonçalves, irmão do dono da empresa João de Barro Comércio e Serviços – ME; o presidente da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura de Bonfim, Cirilo Francis de King Campos Júnior e o motorista do prefeito de Bonfim, identificado como Aluízio Rodrigues de Menezes. O trio foi preso por fraudes em licitação da Prefeitura de Bonfim.
Denúncia
O Portal O FATO teve acesso ao documento que detalha como os suspeitos foram presos. Conforme o documento, a Polícia Federal recebeu denúncia anônima de que Cleber da Costa Gonçalves, identificado como irmão do proprietário da empresa, efetuaria saques em espécie de altas quantias, ao longo da semana, em uma agência bancária para pagar propina.
O documento destaca, ainda, que a empresa é investigada em vários procedimentos por se tratar de uma empresa de fachada destinada a fraudar licitações e a movimentar dinheiro com o objetivo de lavagem de dinheiro.
Contrato milionário
O montante apreendido nessa sexta-feira, segundo o documento, trata-se de dinheiro recebido da Prefeitura de Bonfim “em virtude de licitações feitas a pretexto de custear evento cultural daquela cidade (Festejos de Bonfim). O FATO publicou matéria no dia 8 de abril deste ano evidenciando o montante exorbitante do contrato, fechado em R$ 2,5 milhões.
Conforme o documento, a empresa recebeu cerca de R$ 1,6 milhão da prefeitura daquele município nos últimos dias. Contudo, o Portal da Transparência de Bonfim não apresenta contratos recentes com a João de Barro. “Trata-se de transferência de valores sem contrato? É prudente que se realize uma investigação mais aprofundada desses certames, os quais, ao que tudo indica, foram feitos ao arrepio da lei”, diz trecho do documento.
Após confirmar a denúncia, os agentes federais iniciaram diligências e constaram que na última terça-feira, 23, foram sacados aproximadamente R$ 500 mil. Além disso, outro saque de R$ 480 mil foi realizado na quinta-feira, 25. “Sacaram, juntos, Cleber da Costa Gonçalves e o presidente da CPL, Cirilo Francis de King Campos Júnior”, descreve.
Na quinta-feira, após o saque, saíram juntos da agência do Banco do Brasil, na Avenida Ville Roy, no carro de Cleber. “Cirilo foi deixado por Cleber em algum lugar desta cidade, tendo este último retornado para casa sozinho um tempo depois. Não foi possível efetuar a prisão em flagrante deles no dia de ontem porque a equipe policial os perdeu de vista”.
Prisão
Contudo, na tarde de ontem, por volta de 14h, Cleber e Cirilo novamente sacaram, em outra agência do Banco do Brasil, mais R$ 420 mil. Conforme o documento, Cleber saiu da agência e Cirilo ficou, quando foi abordado dentro da agência com uma mochila marrom com todo o montante sacado.
Os agentes perceberam, então, que Cirilo esperava por alguém. Ao ser questionado, Cirilo revelou que aguardava por uma caminhonete para fazer a entrega dos quase meio milhão. O veículo era conduzido por Aluízio Rodrigues de Menezes, que se identificou como servidor público concursado, exercendo cargo de motorista do prefeito Joner Chagas.
Já Cleber foi preso em flagrante na frente da casa dele. Foram realizadas, então, buscas na sede na residência dele e na sede da empresa João de Barro. Conforme o documento, tanto na casa de Cleber quanto na empresa foram encontrados dinheiro em espécie.
Presos ficaram em silêncio
Os três presos ficaram em silêncio durante o interrogatório dos agentes da Polícia Federal. O FATO tenta contato com a defesa dos suspeitos.
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