A empresa Axel Construções e Projetos LTDA, denunciada ao Ministério Público de Roraima (MPRR) por suposto esquema de superfaturamento, já recebeu mais de R$ 52 milhões da Prefeitura de Boa Vista, apenas nos três primeiros anos da gestão de Arthur Henrique, do MDB. Ao longo destes anos a empresa trocou de nome pelo menos três vezes.
De 2021 a 2023, a empresa recebeu um total de R$ 52.481.493,1. Destes, R$ 12.880.391,65 em 2021, outros R$ 21.105.863,09 em 2022 e R$ 18.495.238,59 no ano de 2023.
Contudo, o montante pago pela Prefeitura à empresa, que tem como atividade principal a construção de edifícios, é ainda maior se somados os anos de gestão da madrinha política de Arthur Henrique, a ex-prefeita Teresa Surita, também do MDB.
Em pesquisa no Portal da Transparência da Prefeitura de Boa Vista, a reportagem encontrou outros três pagamentos feitos à empresa na gestão passada de Teresa Surita. O montante pago aos serviços da empresa foram aumentando expressivamente ao longo dos anos.
Para se ter uma ideia, o primeiro contrato da empresa, em 2018, foi de R$ 156.359,31. No ano seguinte, em 2019, o montante passou para R$ 5.604.083,44 e quase o dobrou no último ano gestão de Surita, quando foi pago R$ 9.878.149,75 em 2020. O total pago nestes anos à empresa foi de R$ 15.638.592.
Denunciada
Em maio de 2023, a empresa AXEL Construções e Projetos Ltda foi denunciada pelo vereador Ítalo Otávio (Republicanos) ao Ministério Público (MPRR) por um contrato de prestação de serviço e manutenção e limpeza de ar-condicionado da sede da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) por suspeita de superfaturamento.
De acordo com a denúncia, o contrato com a AXEL apontava robustos indícios de superfaturamento e favorecimento na licitação. O contrato teria sido firmado em 2021. À época, o vereador foi até a SMEC e constatou que havia um número muito inferior aos números apresentados pela empresa em seus serviços prestados na secretaria.
Em outubro de 2021, a empresa teria realizado a instalação de 220 centrais de ar. Contudo, na fiscalização, um relatório da própria empresa registravam apenas 62 centrais.
Silêncio
A reportagem tenta contato com o prefeito para questionar sobre o contrato.
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