O Governo do Pará decretou luto oficial de três dias, a partir desta terça-feira (26), em homenagem ao falecimento do artista Damasceno Gregório dos Santos, conhecido como Mestre Damasceno, um dos maiores símbolos da cultura marajoara.
Mestre Damasceno faleceu aos 71 anos, no Dia Municipal do Carimbó, após complicações de um câncer com metástase no pulmão, fígado e rins. O artista estava internado em Belém desde 22 de junho.
Natural da Comunidade Quilombola do Salvá, em Salvaterra, no arquipélago do Marajó, nasceu em 1954 e tornou-se referência no carimbó, no Búfalo-Bumbá, nas toadas e na poesia oral. Sua trajetória foi registrada na obra “Mestre Damasceno e as Cantorias do Marajó”, lançada este ano na 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, voltada ao público infanto-juvenil.
O artista também foi homenageado na mesma edição da Feira e condecorado com a Ordem do Mérito Cultural, honraria concedida pelo Ministério da Cultura. Entre suas conquistas mais recentes está a vitória no concurso de Samba-Enredo da escola de samba paraense Deixa Falar, que compôs o título “A mina é cocoriô!”, selecionado pela Grande Rio para o Carnaval de 2025. A canção, pensada para o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, tem autoria coletiva, incluindo a participação de Mestre Damasceno.
Em nota, o governador do Pará lamentou a perda: “É com grande tristeza que recebemos a notícia da morte do querido Mestre Damasceno. Foi uma honra homenageá-lo em vida na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes deste ano. Seu legado na cultura paraense é imensurável e seguirá tocando gerações. Meus sentimentos aos fãs, amigos e familiares. Que Deus os conforte neste momento de dor”.