Na manhã desta terça-feira (27), peritos e auxiliares técnicos da Gerência de Perícia em Informática (GPI), da Polícia Científica do Estado do Pará (PCEPA), participaram da Operação “Mão de Ferro II”, deflagrada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com a Polícia Civil. A ação, de caráter nacional, ocorreu simultaneamente em 12 estados brasileiros. No Pará, as diligências se concentraram nos municípios de Barcarena, Marabá e Canaã dos Carajás.
O objetivo da operação é combater redes criminosas que utilizavam plataformas digitais como WhatsApp, Telegram e Discord para incentivar práticas ilícitas como automutilação, apologia ao nazismo, ameaças e o compartilhamento de pornografia infantil. As investigações apontam que os grupos atuavam principalmente contra crianças e adolescentes.
Durante as diligências, a Polícia Científica do Pará prestou suporte técnico com a realização de perícias em dispositivos eletrônicos apreendidos com adolescentes suspeitos de envolvimento com os grupos. Em Barcarena, na Vila dos Cabanos, foi recolhido um celular. Em Marabá, outro aparelho foi apreendido. Já em Canaã dos Carajás, os agentes confiscaram três dispositivos: um notebook, um pen drive e um celular.
De acordo com o perito criminal Marcelo Maués, os equipamentos passaram por uma triagem técnica inicial ainda nos locais das apreensões, mas serão submetidos a análises mais detalhadas em ambiente controlado. “Com o uso de ferramentas forenses, poderemos extrair e examinar os dados de forma minuciosa. Esse trabalho é essencial para a produção da prova pericial”, explicou.
O celular de Barcarena foi encaminhado ao laboratório da sede da PCEPA, em Belém, enquanto os materiais de Canaã dos Carajás e Marabá seguiram para análise na Coordenadoria Regional da Polícia Científica em Marabá.
A delegada Thaís Albuquerque, da Delegacia da Vila dos Cabanos, destacou a importância do trabalho técnico na manutenção da legalidade do processo. “O papel da perícia é fundamental, pois garante a cadeia de custódia. É necessário que os dispositivos cheguem ao Judiciário com a certeza de que não houve qualquer tipo de manipulação durante o manuseio”, afirmou.
Os adolescentes envolvidos foram conduzidos para prestar depoimento e permanecem à disposição da Justiça.