O jornalista Melk Santos, do Portal Online Multimídia, foi retirado do plenário da Câmara Municipal de Itacoatiara e ameaçado pelo vereador Hygor Magalhães (DC) de ser algemado por exercer sua atividade profissional durante sessão nesta terça-feira, 14. O parlamentar ordenou que o repórter deixasse o local, afirmando que o algemaria caso não obedecesse.
No dia anterior, segunda-feira (13), Hygor havia feito críticas à imprensa, afirmando que “hoje qualquer um abre um portal” e que informações sobre os trabalhos da Câmara deveriam ser obtidas diretamente na Casa Legislativa.
Após o episódio, o jornalista declarou acreditar que a atitude tenha relação com uma reportagem publicada sobre o vereador Jucinei Freire da Silva, conhecido como Ney, condenado pela Justiça a mais de dez anos de prisão por fraudes no financiamento rural do Banco da Amazônia (Basa), por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O caso gerou reação de veículos de comunicação do município. Em nota conjunta, os portais de Itacoatiara repudiaram a conduta do parlamentar.
“Os portais de comunicação de Itacoatiara vêm a público manifestar repúdio à atitude do vereador Hygor Magalhães (DC), que, durante a sessão desta terça-feira, 14, na Câmara Municipal de Itacoatiara, mandou um repórter se retirar do plenário e ameaçou algemá-lo caso ele não obedecesse à ordem”, diz trecho da nota.
O texto destaca que a ação do vereador “representa uma tentativa de intimidação e constrangimento ao exercício da atividade jornalística, que é garantida pela Constituição Federal”.
“Os profissionais de comunicação têm o direito e o dever de acompanhar e registrar as ações dos poderes públicos, especialmente em espaços como o plenário da Câmara, que pertence à sociedade e deve ser um ambiente de transparência, diálogo e respeito”, destaca.
A nota encerra reafirmando o compromisso dos veículos locais com a liberdade de imprensa. “Reafirmamos nosso compromisso com o direito à informação e com o respeito mútuo entre jornalistas e autoridades públicas. Atitudes como a ocorrida ferem os princípios democráticos e não podem ser naturalizadas”, finaliza a nota.
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