A primeira edição da Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ foi realizada neste final de semana, nos dias 24 e 25 de maio, na Usina da Paz do Guamá, em Belém. O evento, organizado pelo Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Executiva de Direitos Humanos (Secdh), reuniu ativistas, profissionais e estudantes para discutir políticas públicas voltadas à comunidade.
A conferência ocorreu em alusão ao mês de combate à LGBTfobia e teve como objetivo levantar propostas concretas para a formulação de políticas inclusivas no município. Os participantes foram divididos em Eixos Temáticos e, ao longo de dois dias, apresentaram demandas relacionadas à saúde, educação, geração de renda e combate à violência, com foco especial nas dificuldades enfrentadas pela população trans.
Para a secretária executiva de Direitos Humanos de Belém, Larissa Martins, o evento representa um passo essencial para a transformação social. “Ainda vivemos no país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Precisamos avançar em igualdade, inclusão e acesso a direitos básicos. Nosso compromisso é construir uma Belém mais inclusiva para todas e todos”, afirmou.
Segundo o presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Rafael Ventimiglia, as propostas debatidas durante o encontro devem alimentar o Plano Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+. “Essas conferências têm impacto real. Elas orientam ações de combate à LGBTfobia com base em demandas vindas diretamente da sociedade civil e do poder público local”, explicou.
A estudante Isabella Santorine, que participou da organização, destacou a importância de envolver representantes da própria comunidade na elaboração das propostas. “Reunimos pessoas LGBTQIA+ de toda a Região Metropolitana. A partir das demandas levantadas, vamos elaborar um documento que será entregue aos órgãos públicos e à Prefeitura”, disse.
A ativista Jéssica Marajoara ressaltou que o encontro foi também um momento de formação e fortalecimento político. “Ainda temos poucas discussões voltadas para a nossa população. É necessário expandir esses espaços. Acredito que propostas valiosas sairão daqui.”
Com base nos resultados da conferência municipal, a expectativa agora é para a realização da Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, prevista para o mês de agosto.