O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou nesta quinta-feira, 27, que encontrou empresários com contratos milionários com a Prefeitura de Manaus durante sua viagem ao Caribe, mas disse que o encontro foi “por acaso”. A declaração foi dada durante entrevista coletiva no Centro de Cooperação da Cidade, na zona Centro-Sul da capital.
O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) deu o prazo de cinco dias para que Almeida explique os gastos da viagem e a possível relação com os empresários. Questionado pela repórter Cynthia Blink sobre o encontro com os fornecedores, o prefeito destacou que não controla quem entra no voo.
“Olha só, no mesmo avião que eu estava, estava o próprio governador. Então é uma viagem particular, eu não posso selecionar quem viaja em avião particular. Todo mundo paga”, respondeu.
A jornalista insistiu no tema e questionou se o prefeito já havia encontrado os fornecedores na viagem do ano passado. Almeida não respondeu diretamente, mas reforçou que pagou os custos do próprio bolso. “Eu já te disse, já respondi tuas perguntas. Eu paguei a despesa com o meu recurso, paguei a minha hospedagem com o recurso, minha alimentação com o recurso”, afirmou.
O prefeito também disse que enviaria os bilhetes da viagem para comprovar que utilizou a Copa Airlines no deslocamento. “Eu vou mandar pra ti os bilhetes da minha passagem”, declarou.
A determinação do TCE-AM para que o prefeito apresente explicações ocorre após questionamentos sobre a transparência dos gastos e possíveis conflitos de interesse envolvendo contratos da Prefeitura de Manaus.
A viagem ao Caribe
O prefeito de Manaus viajou para a ilha de Saint-Barthélemy, no Caribe, durante o feriado de Carnaval, acompanhado da primeira-dama Izabelle Fontenelle. A viagem ocorreu enquanto Manaus enfrentava fortes chuvas, que causaram prejuízos à população.
O deputado federal Alberto Neto (PL) questionou os custos da viagem, alegando que teria sido financiada por empresários com contratos com a Prefeitura. Ele denunciou o caso ao Ministério Público Federal, solicitando investigação sobre possíveis irregularidades, incluindo corrupção passiva e peculato.
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