No terceiro dia de confrontos em Rondônia, a facção criminosa Comando Vermelho seguiu desafiando as forças de segurança do estado, comandada pelo governador Marcos Rocha (União Brasil). Os ataques realizados pelo grupo resultaram em cinco mortes e na publicação de um decreto estadual limitando a venda de combustíveis para conter os ataques incendiários a ônibus.
Das cinco pessoas mortas, três vítimas foram executadas em ataques na zona Leste da capital, e dois suspeitos, supostamente membros da facção, foram mortos em um confronto com a Polícia Militar na zona rural. Este episódio marcou o primeiro confronto direto entre os criminosos e as forças de segurança desde o início da onda de ataques.
Os ataques na capital incluem um episódio em que criminosos dispararam contra clientes de um bar, resultando em duas mortes, uma no local e a outra no Hospital João Paulo II. Também foi registrada a execução de um ciclista na mesma região horas depois. A polícia investiga se as mortes estão relacionadas a uma retaliação por parte da facção.
Origem dos ataques
A origem da violência está ligada a meses de operações policiais contra o crime organizado no residencial Orgulho do Madeira, um reduto do Comando Vermelho. A execução do cabo da Polícia Militar Fábio Martins no domingo (12) teria desencadeado uma intensificação dos ataques. Desde então, criminosos têm incendiado veículos, incluindo mais de 26 ônibus, em Porto Velho e cidades do interior, como Ariquemes e Alto Paraíso.
Decreto que restringe venda de combustível
Em resposta à crise, o governo de Rondônia publicou o Decreto nº 29.954, que proíbe a venda de combustíveis em recipientes avulsos, como galões, garrafas de plástico ou vidro, em postos de combustíveis em todo o estado. A medida, que entra em vigor imediatamente e será válida por 90 dias, visa dificultar os ataques incendiários realizados pela facção.
O decreto estabelece que, em caso de tentativa de compra de combustível em recipientes avulsos, os postos deverão exigir documentos como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do comprador. O não cumprimento das normas pode resultar em multas e responsabilidade civil e criminal para os postos de combustíveis.
Além disso, os postos deverão registrar os dados dos consumidores em um formulário específico e enviá-los ao órgão competente, sob pena de autuação e multa. A medida busca aumentar o controle sobre a venda de combustível e prevenir seu uso para ações criminosas.
Força Nacional
Para reforçar as operações de segurança, o Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou 60 agentes da Força Nacional, e um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) foi deslocado para auxiliar nas ações que ficarão na região por 90 dias.