O prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), foi multado em R$ 1,4 milhão pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatamento sem autorização ambiental em uma de suas propriedades. A Fazenda Agropecuária JD1, localizada no município de Tomé-Açu, no Pará, teve 279,5 hectares de floresta nativa da Amazônia embargados para recuperação ambiental.
A área embargada, equivalente a quase 300 campos de futebol, deverá passar por processo de recuperação ambiental, conforme as regras estabelecidas pelo Ibama. O processo administrativo foi iniciado em setembro, após a fiscalização realizada em junho, e o relatório foi encaminhado à Procuradoria da República para análise de possíveis desdobramentos civis e criminais.
Propriedades rurais
A fazenda JD1, alvo da multa, está localizada próxima a outras propriedades rurais pertencentes ao prefeito e à deputada federal Alessandra Haber (MDB), sua esposa. Os registros incluem áreas como as fazendas Califórnia e Rancho Arizona, todas situadas em Tomé-Açu.
De acordo com o cadastro ambiental do Pará, Alessandra Haber aparece como proprietária da Agropecuária JD1, enquanto o nome de Daniel Santos está vinculado ao imóvel e à autuação.
Prefeito acionou advogados
O prefeito Daniel Santos declarou à imprensa que não tinha conhecimento da autuação e afirmou que acionou seus advogados para analisar o caso. “Esclareço que não possuía conhecimento da lavratura do auto de infração e já acionei meus advogados para requerer junto ao agente fiscalizador o relatório de fiscalização, com o intuito de averiguar precisamente do que se trata. Apresentarei minha defesa, certo de que não houve descumprimento da legislação ambiental”, disse.