Os municípios de Uiramutã e Alto Alegre ocupam o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, no ranking das piores pontuações no Índice de Progresso Social (IPS), elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Além disso, o estado de Roraima aparece outras duas vezes no ranking, com o município de Bonfim na 10ª posição e Amajari na 17ª.
O IPS avalia a qualidade de vida e o desempenho socioambiental dos 5.570 municípios brasileiros. A ferramenta de gestão territorial é baseada em dados públicos, que identifica e apresenta, em uma mesma escala, se as pessoas têm o que precisam para prosperar, desde necessidades básicas como abrigo, alimentação e segurança, até se possuem acesso à informação e comunicação, e se são tratadas igualmente, independentemente de gênero, raça ou orientação.
Uiramutã
Com uma pontuação de 37,63 de 100, Uiramutã é o último colocado entre os municípios brasileiros. O município tem como prefeito Tuxaua Benisio (Rede). Com um PIB per capita de R$ 10.544,38, o município enfrenta sérios problemas de saneamento, moradia e segurança, além de baixa cobertura vacinal e alta mortalidade infantil. A segurança pessoal é crítica, com índices elevados de violência contra jovens e mulheres.
Na área de saúde e bem-estar, a expectativa de vida é reduzida, e há alta mortalidade precoce. No acesso à educação e comunicação, Uiramutã tem altos índices de evasão escolar e baixa cobertura de internet. Em oportunidades, há restrições nos direitos humanos, baixa representação feminina na política e violência contra grupos vulneráveis. A educação superior é limitada, e o desempenho no Enem é baixo.
Alto Alegre
Com um PIB per capita de R$ 18.407,34, Alto Alegre aparece logo após Uiramutã com nota 38,38. A cidade tem como prefeito Wagner Nunes (Republicanos). Em necessidades humanas básicas, a pontuação foi de 36,8, com dificuldades em saneamento, moradia e segurança pessoal, com destaque para a alta mortalidade infantil e a incidência de violência.
No pilar de fundamentos do bem-estar, o município alcançou 48,26, com avanços moderados em saúde e acesso ao conhecimento básico, embora ainda enfrente limitações em infraestrutura digital e educação de qualidade.
Na categoria de oportunidades, a pontuação de 30,08 revela fragilidades em direitos individuais, inclusão social e liberdade de escolha, com baixos índices em acesso à cultura e proteção a minorias.
Bonfim
Com um PIB per capita de R$ 37.794,91, Bonfim, que tem Joner Chagas (Republicanos), alcançou 42,27 e ficou em 10º no ranking dos 20 piores municípios. A pontuação reflete desafios em áreas como necessidades humanas básicas, onde há problemas significativos em saneamento e segurança pessoal, apesar de algum progresso em cobertura vacinal e infraestrutura de moradia.
A dimensão de fundamentos do bem-estar, que abrange educação e acesso à comunicação, revela altos índices de abandono escolar e desempenho ruim no IDEB, enquanto o acesso à internet ainda é limitado.
Amajari
Com um PIB per capita de R$ 17.418,25, Amajari obteve nota de 43,38 no IPS e está na 17ª posição entre os municípios com piores resultados. A cidade, comandada pela prefeita Núbia Lima (PP), apresenta baixos índices em necessidades básicas, como mortalidade infantil e saneamento, além de dificuldades em segurança, com altas taxas de homicídios. Em inclusão social e moradia, há carências em infraestrutura, como coleta de resíduos e iluminação adequada.