Os profissionais da Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed) voltaram a cobrar, nesta terça-feira, 23, o reajuste salarial e a negociação de benefícios prometidos pelo prefeito David Almeida (Avante).
A cobrança feita pelo Movimento dos Trabalhadores da Semed inclui também reajustes dos auxílios alimentação, planos de saúde e data-base. Os pedidos aconteceram durante reunião com os diretores e chefias da pasta sob a gestão da irmã do prefeito, Dulce Almeida.
Em nota, a categoria afirma que não há nenhuma novidade nos anúncios, algo com cara de campanha.
“Continuamos a exigir o envio do projeto de correção salarial a CMM o mais rápido possível e a reabertura da mesa de negociação da data-base para debatermos pontos de interesse dos professores e de todo servidor, como o reajuste dos auxílios alimentação e localidade, o investimento no plano de saúde Manausmed, a melhoria da infraestrutura das escolas e da merenda escolar e, principalmente, o respeito aos trabalhadores da Secretaria de Educação de Manaus”, diz parte da nota.
Sem acordos
A disputa entre o prefeito e os educadores começou no mês passado, quando a classe expôs uma suposta estratégia da administração de David Almeida para evitar a negociação dos ajustes salariais antes do período vedado pela Lei Eleitoral.
A proposta da prefeitura consistia em um acréscimo de 1,25% nos salários dos profissionais da educação, resultando em um incremento irrisório de apenas R$ 30,61. A situação desencadeou uma série de protestos por parte dos professores, tanto dentro quanto fora da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Para conter os ânimos dos professores, a Prefeitura convocou os docentes para uma reunião na Secretaria Municipal de Educação (Semed) e, simultaneamente, encaminhou sorrateiramente um projeto de lei à CMM, propondo o reajuste de 1,25% em regime de urgência.
Contudo, os vereadores, em votação apertada de 19 votos contra 18, rejeitaram a discussão e a votação do referido projeto, de autoria do Executivo.

Confira os pedidos da categoria em nota:
NOTA DO MOVIMENTO TRABALHADORES DA SEMED MANAUS
Em evento realizado hoje (23) com diretores e chefias da SEMED, o prefeito Davi Almeida fez anúncios para os trabalhadores da secretaria que já eram esperados e que foram resultados muito mais da pressão e organização da categoria do que de reconhecimento dos trabalhadores pelo prefeito. Entre eles estão:
Progressões: Anunciar as progressões como mérito é querer negar que a administração atrasou e muito a publicação dessas progressões e vem causando prejuízo aos servidores pela sua inércia. Vale lembrar que durante todo o ano de 2023 a Secretária de Educação realizou vários vídeos e lives prometendo que iria zerar a fila de progressões ainda em 2023. Não zerou e nem pagou os retroativos das poucas publicações de 2023. E agora repete a mesma receita, vídeos e promessas, mas quando se consulta o processo de impacto financeiro das 2700 progressões prometidas (SIGED n° 2024.18000.19118.9.060465), mais uma vez não existe dinheiro para pagamento dos retroativos.
Pagamento da Bonificação de 1 a 3 mil reais: Esse abono já era esperado, sendo inclusive publicado em DOM, resultado da pressão da categoria pelo não pagamento de abono do
FUNDEB. O que chama atenção é que a SEMED irá gastar 27 milhões de reais para o pagamento dessa bonificação, muito mais que os quase 19 milhões que iria gastar para conceder o reajuste salarial de 1,25%.
140 e 15o salários: Política já adotada na PMM mesmo antes da chegada do prefeito, piorada na atual gestão devido às exigências impostas para as unidades cumprirem, cujo decreto apresentava tantos erros, até mesmo um prêmio extinto pelo governo federal que precisou ser republicado no DOM;
Reajuste salarial: O discurso de ser “ano eleitoral” para não dar ganho real foi repetido, mesmo o prefeito sabendo que quem optou por dividir a data base em dois momentos foi a administração e que poderia ter antecipado as negociações, como foi solicitado pelos sindicatos e a categoria, de forma que fosse possível a garantia de ganhos acima da inflação. O pequeno avanço anunciado foi que o reajuste vai ser com o melhor índice (INPC ou IPCA), provando que o primeiro projeto enviado era prejudicial e que o movimento “trabalhadores da SEMED” estava certo ao exigir alteração no mesmo.
Como se vê, não há nenhuma novidade nos anúncios, algo com cara de campanha.
Continuamos a exigir o envio do projeto de correção salarial a CMM o mais rápido possível e a reabertura da mesa de negociação da data-base para debatermos pontos de interesse dos professores e de todo servidor, como o reajuste dos auxílios alimentação e localidade, o investimento no plano de saúde MANAUSMED, a melhoria da infraestrutura das escolas e da merenda escolar e, principalmente, o respeito aos trabalhadores da secretaria de educação de Manaus.
Foto: Divulgação