Os ânimos seguem aflorados na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Nesta terça-feira, 23, os deputados Renato Silva (Podemos) e Jorge Everton (União Brasil) dispararam críticas contra o governador Antonio Denarium (PP) e o acusaram de interferência na eleição suplementar do município de Alto Alegre.
Segundo Renato Silva, há vídeos que mostram servidores públicos e veículos de secretarias estaduais circulando por Alto Alegre para pedir votos para o candidato Wagner Nunes (Republicanos), apoiado pelo governador.
“Praticamente o aparato do Estado inteiro está depositado em Alto Alegre por causa da eleição do próximo domingo”, disparou Silva.
Além disso, o parlamentar afirmou que a equipe do candidato fazer campanha na região tem sido agressiva, incluindo ameaças de desabastecimento do Iaterr (Instituto de Assistência Técnica e Extensão de Roraima) a produtores. “Não é para o instituto atender as famílias que votam no ‘Magrão’, só as que votam no Wagner. O vídeo está claro para todos ouvirem”.
Silva afirmou, ainda, que servidores estariam sido coagidos a se deslocar para fazer campanha na cidade. “Vale a pena fazer tudo isso? Passou muito dos limites aceitar isso calado, a vaidade em mostrar força”. O deputado contou que chegou a ligar para o chefe da Casa Civil, Flamarion Portela, para questionar a situação.
O parlamentar afirmou que nos próximos dias pretende apresentar aos demais colegas provas de irregularidades no governo. “Tem muita coisa acontecendo nesta semana. Tudo o que eu falar sobre pedido de propina, vou trazer provas, não vou falar nada em vão. Estou preparando material de tudo, eles ficam desafiando a nossa inteligência, coagindo. Agora, esse desrespeito, a gente não aguenta mais”.
Já o deputado Jorge Everton, que faz oposição ao governo de Antonio Denarium, relatou ainda que esta semana teve acesso a um vídeo em que um aliado do governador, que coordena as eleições em um município do interior, declara que a máquina do governo estaria sendo utilizada para ganhar o pleito daquele local.
“Isso só prova que o processo que está tramitando em Brasília é real, é verídico. Na minha opinião, o governador não pode se utilizar dos 80% ou 90% de popularidade que ele tem para inibir uma eleição municipal, para interferir diretamente utilizando a máquina pública. Isso é abuso de poder econômico e de poder político”, ponderou.
Por fim, o deputado declarou ser oposição ao governo, mas que, enquanto parlamentar, irá aprovar leis de autoria do Executivo que entenda serem benéficas aos roraimenses. Ele também pediu aos colegas que refletissem sobre o papel do parlamento em avaliar com cautela as proposições enviadas pelo Executivo.
“Respeito a opinião de todos, mas entendo que o parlamento é muito maior do que o que nós estamos nos propondo a ser aqui na Assembleia Legislativa. Está na hora de mostrarmos que não somos só um parlamento que convalida os atos do Executivo, vamos colocar para funcionar a Comissão de Contas e todo o Poder Legislativo na criação de normas que tragam, sim, o bem para a população, mas que acima de tudo garantam a legitimidade e a força deste parlamento”, concluiu.
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