Mais de dez horas após o Ministério Público de Roraima tornar público que denunciou o presidente da Câmara de Boa Vista (CMBV), Genilson Costa (SD), por tráfico de drogas, o vereador publicou nota de esclarecimento nas redes sociais, onde afirma ser vítima de uma grande armação com o objetivo de manchar sua carreira política.
“Vou rebater cada uma na Justiça e provarei minha inocência. Na própria operação policial em que fui alvo, em abril de 2022, a Polícia Federal não achou nada ilícito. Também causa estranheza a publicação de um processo sigiloso”, inicia. O parlamentar, em outro trecho da nota, afirma que a história dele na Câmara Municipal de Boa Vista comprovaria sua atuação antidrogas.
Por fim, Costa reafirma que nunca cometeu nenhum ato ilegal e que zela pelo compromisso com o cargo que ocupa e tem base familiar muito forte. “Tudo será resolvido de forma harmoniosa e que nada tenho a temer”, disse.
MP
O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) denunciou o presidente da Câmara de Vereadores de Boa Vista e mais sete pessoas por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Os denunciados foram alvos da Operação Tânatos, deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2022, para desarticular uma organização criminosa que atuava no tráfico de entorpecentes em Roraima.
A denúncia foi ajuizada na última sexta-feira, 15 de dezembro, pela Promotoria de Justiça Especializada em Crimes de Tráfico Ilícito de Drogas e Crimes Decorrentes de Organização Criminosa.
Operação
As investigações iniciaram em dezembro de 2020 quando um dos denunciados foi preso com mais de 50 kg de skunk na entrada de Boa Vista.
A carga foi avaliada em cerca de R$ 5 milhões. Após análise de dados de aparelhos celulares, foi verificado que, para realizar a logística de compra, transporte, venda e recebimento de altos valores, o suspeito preso em flagrante estava associado a mais sete homens, incluindo o presidente da Câmara de Boa Vista, para a execução da empreitada criminosa.
Em uma das conversas verificadas no celular, um dos denunciados afirmou que R$ 1,5 milhão do montante proveniente do carregamento de droga seria destinado ao vereador “para ajudar na briga pela mesa”, em referência à disputa pela mesa diretora da Câmara Municipal na época.
No gabinete
Segundo a denúncia, mesmo após a prisão do homem que transportou o carregamento de droga, o grupo criminoso continuou a atuar na venda de entorpecentes em Roraima, inclusive com negociações realizadas dentro do gabinete do vereador na Câmara Municipal de Boa Vista.
Após a Justiça acatar a denúncia do MPRR, os oito denunciados terão dez dias para apresentar a defesa.
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