novembro 21, 2024
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Prefeito de Borba teme falta de insumos essenciais devido à seca do rio Madeira

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O prefeito de Borba, Simão Peixoto, informou que o município pode entrar em colapso, com a falta de mercadorias e insumos essenciais, caso o rio Madeira permaneça secando. De acordo com o prefeito, um comboio de 20 balsas está parado em um trecho do rio, em razão das condições ruins de navegabilidade na hidrovia devido à estiagem.

“Desse comboio de 20 balsas, está passando só uma balsa por vez. E tem de ir uma lancha na frente da balsa orientando os pontos navegáveis. Elas estão navegando com ‘meia carga’. E os barcos grandes de ferro não estão passando mais. A balsa passa porque encalha menos. Tem parte do rio Madeira que está dando 1 metro de profundidade. Por isso, nossa preocupação”, comentou.

O prefeito Simão Peixoto teme pelo futuro imediato já que Borba pode entrar em colapso. “Se continuar secando, daqui a 15 dias para de vez a navegação no rio Madeira. A preocupação maior é com o desabastecimento, com carne, hortifruti, e gêneros alimentícios do setor primário (seca está matando os bois e a lavoura). Não conseguimos nem fazer um cronograma para suprir as demandas dos produtores porque não dá para prever quando voltará a chover. Hoje, os pequenos pecuaristas estão tendo de comprar ração para o gado porque o pasto secou, mas até quando vão ter dinheiro para isso? O orçamento da prefeitura está apertado. Podemos oferecer ajudas pontuais, que não resolveria o problema em definitivo”, completou o prefeito.

Sem água

Simão Peixoto declarou que a prefeitura limpou os poços, que têm entre 150 e 200 metros de profundidade, numa tentativa de enfrentar a seca. “No entanto, agora, os poços também estão secando e gerando o temor de desabastecimento do líquido vital: a água. Podemos ter de racionar água, energia e combustível se não conseguimos recursos para contornar as consequências da vazante. Esta é a primeira vez na história de Borba que o município enfrenta um problema com essa proporção”, informou.

Dragas

O prefeito Simão Peixoto destacou que uma das soluções a curto prazo é a dragagem do canal do rio Madeira para que as balsas com combustíveis e demais insumos e gêneros alimentícios possam chegar até Borba com mais facilidade. “Demos entrada no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), estamos aguardando a liberação da licença para fazer dragagem, para liberar a passagem das 200 balsas que estão paradas antes de Borba, da região do Caiçara para o Maracá (a 30 minutos de navegação até Borba). O governo federal mandou mais duas dragas, mas precisa de licença para elas iniciarem a operação. Há balsa petroleira, balsa com mercadorias, balsas com bois”, disse.

Queimadas

Segundo o prefeito, cerca de 80% das fazendas foram queimadas pelos incêndios que se alastraram pelo território de Borba. “Muitos animais morreram devido ao fogo e à fumaça, outros podem morrer devido à fome. Estamos com um problema muito grande no rio Autaz-Açu. Tivemos relatos das fazendas que pegaram fogo e os fazendeiros não têm onde colocar esses animais. E a outra preocupação é que não dá para tirá-los, porque no rio Autaz-Açu tem uma saída pelo rio Madeirinha, mas o Madeirinha nesta época fica sem navegabilidade, só passa canoa”, disse Simão.

Apoio

No dia 23 de outubro, Simão Peixoto juntamente com outros prefeitos estarão em Brasília (DF) para solicitar apoio da bancada do Amazonas no Congresso Nacional em busca de obter recursos que serão usados no enfrentamento da estiagem.

Até o momento, mais de 8 mil borbenses foram afetadas pela estiagem. Este número pode aumentar com a continuidade da vazante.

Rio Madeira

No dia 9 de outubro, foi aprovada por unanimidade na Agência Nacional da Água (ANA) a Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos no Rio Madeira até 30 de novembro. Essa declaração foi uma das medidas indicadas no Plano de Contingência da ANA, aprovado pela Diretoria Colegiada em 27 de junho, para prevenir os efeitos do fenômeno climático El Niño sobre os recursos hídricos do Brasil e mitigar seus impactos aos usos múltiplos da água.

Foto: Divulgação 

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