O herói nacional peruano, almirante Miguel Grau, poderá ter um busto em sua homenagem no largo de São Vicente, obra que está em construção na avenida 7 de Setembro, Centro, zona Sul de Manaus. Fortalecendo os laços diplomáticos e internacionais com o Peru, a Prefeitura de Manaus está realizando estudos para instalar o monumento como parte do programa “Nosso Centro”.
Em visita técnica realizada com equipe do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e da Fundação de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), o cônsul do Peru, Pedro Júlio Diaz Vargas, esteve conhecendo a área, às margens do rio Negro, para ter a percepção do espaço, a primeira intervenção do programa “Nosso Centro”.
“O busto do almirante estava em uma área na Ponta Negra, mas, infelizmente, um local privado, que não permitia acesso ao público. Em maio, solicitamos ao prefeito David Almeida o estudo para uma nova área, para colocar o monumento, e ele foi muito receptivo com a ideia, surpreendente, o que me deixou emocionado. E ter a possibilidade do busto do nosso maior herói nacional, colocado adjacente a esse complexo que será maravilhoso, será uma locação incrível”, comentou o cônsul.
Segundo Diaz Vargas, Manaus conta com uma comunidade de mais de 7 mil peruanos, formada por profissionais de diversas áreas, especialmente do setor da saúde. “E com o busto instalado aqui, os peruanos passarão a ter um local para visitar e celebrar nossas datas comemorativas, tendo como referência o comandante da marinha peruana”. O busto do almirante, hoje, se encontra na sede do Consulado do Peru.
Para o diretor-presidente do Implurb, Carlos Valente, a instalação do busto de Miguel Grau faz parte de um resgate histórico firmado na década de 1970, quando o monumento foi instalado em uma pequena praça nas redondezas do Jardim das Américas. “Com a dinâmica de crescimento da cidade, a localização anterior deixou de ter um sentido. Agora fomos consultados pela vice-presidente da Manauscult, Oreni Braga, para retomar essa homenagem, que tem profunda ligação com o ‘Nosso Centro’, uma vez que o almirante é patrono da Marinha do Peru. Temos a mesma demanda para atender a Marinha do Brasil”, explicou.
Para Valente, como a obra do mirante Lúcia Almeida e do largo de São Vicente tem o cenário a beira do rio Negro, com vista única para suas águas, a homenagem é um complemento ao tema da navegação panamazônica. “Também teremos no mirante um espaço dedicado para uma exposição da Marinha do Brasil, fazendo esse resgate histórico da importância das Forças Armadas para a região, potencializando a mostra como um atrativo turístico ao espaço, que será uma referência de visitação, de incentivo à cultura, a negócios, lazer e contemplação na capital”, disse Valente.
A exposição, que será permanente e terá uma parte com módulos provisórios, vai ocupar o primeiro pavimento do mirante, onde ficarão concentradas as ações culturais. “A Marinha tem um papel importante, não só de controle e relacionado às Forças Armadas, mas social também, com atendimentos prestados aos nossos ribeirinhos e à sociedade. Com a exposição, a ideia é divulgar o que a Marinha representa para a cidade e para a Amazônia como um todo”, explicou o diretor de Planejamento do instituto, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.
Almirante
Miguel Grau nasceu no Peru, em 1834. Ele foi comandante da marinha peruana e do navio de guerra Huáscar, tendo participado em vários combates navais durante a guerra do Pacífico. Recebeu o título de “grande-almirante”, outorgado pelo congresso da República do Peru. É considerado herói peruano por suas qualidades notáveis, seu legado ao país e sua inspiração aos bons marinheiros.
Foto: Divulgação
