A prefeita de Amajari, Núbia Lima (PP), prorrogou contrato com a empresa João de Barro Comércio e Serviços LTDA-EPP, investigada pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento em fraudes em licitações e pagamento de propina a servidores públicos no município de Bonfim.
O termo aditivo, assinado em 3 de março deste ano, só foi publicado no Diário Oficial dos Municípios de Roraima (DOM-RR) nesta terça-feira, 4, oito meses após a assinatura. O documento trata do Contrato Administrativo nº 030/2025, vinculado ao Processo Licitatório nº 012/2024, que tem como objeto a reforma da Unidade Básica de Saúde (UBS) da comunidade indígena Três Corações, em Amajari.
A prorrogação ampliou o prazo de execução por 90 dias, até 2 de junho deste ano, com base no artigo 57 da Lei nº 8.666/93, mantendo as demais cláusulas contratuais inalteradas.
A João-de-Barro Comércio e Serviços, com sede na Rua Estrela D’Alva, bairro Jardim Tropical, em Boa Vista (RR), atua sob o CNPJ 04.382.316/0001-46 e é registrada como empresa de pequeno porte (EPP). Fundada em abril de 2001, opera com nome fantasia João-de-Barro Materiais de Construção, tendo como atividade principal o comércio varejista de materiais de construção em geral.
Em Bonfim, a empresa acumulou mais de 50 contratos firmados durante a gestão do ex-prefeito Joner Chagas (Republicanos), totalizando mais de R$ 93 milhões, segundo levantamento do Portal O Fato. Entre os acordos, está um contrato de R$ 60 milhões para manutenção da iluminação pública urbana e indígena.
A empresa passou a ser investigada pela Polícia Federal após denúncias de saques em espécie e pagamento de propinas. Em operação deflagrada em Boa Vista, foram presos Cleber da Costa Gonçalves, irmão do proprietário da empresa, Cirilo Francis de King Campos Júnior, então presidente da Comissão de Licitação de Bonfim, e Aluízio Rodrigues de Menezes, motorista do prefeito à época.
As investigações indicam que parte dos valores desviados estava ligada a licitações de eventos culturais, como os Festejos de Bonfim, incluindo um contrato de R$ 2,5 milhões considerado suspeito. A João de Barro também teria recebido R$ 1,6 milhão da prefeitura poucos dias antes da operação, sem registro no Portal da Transparência, fato que levantou suspeitas sobre a legalidade das transferências.
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