O movimento Todos por Roraima realizou um encontro voltado para mulheres, reunindo cerca de 50 participantes, entre empresárias, empreendedoras, médicas, advogadas, presidentes de associações e lideranças comunitárias. O evento foi organizado por Franci Araújo, esposa do presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), e teve como foco ouvir as contribuições femininas para a construção de um plano de governo alinhado às necessidades da população.
As falas das participantes abordaram temas como saúde, inclusão social, geração de emprego, combate à violência contra a mulher, valorização da cultura, infraestrutura, apoio às famílias de pessoas com deficiência e qualificação para jovens e mulheres privadas de liberdade.
A advogada Kamila Machão Perruci destacou a importância de políticas públicas voltadas ao autismo, sugerindo a expansão do Teamarr para o interior, além do fortalecimento da educação inclusiva, com “salas pedagógicas adaptadas, diagnóstico precoce e capacitação de professores”.
Já a médica obstetra Cynthia Lins enfatizou a urgência de uma gestão técnica na saúde. “Precisamos de gestores que entendam de saúde. As mulheres de Roraima ainda não têm o direito de parir com dignidade, sem dor. Isso precisa mudar”, disse. Ela alertou, ainda, que nos últimos anos os casos de crianças nascidas com deficiências graves aumentou em Roraima e não existe nenhum estudo ou pesquisa para identificar as causas.
A também médica Ana Paula Vitti, representante do grupo “Entre Elas”, reforçou a necessidade de proteção da mulher contra a violência doméstica e a autonomia feminina: “Meu sonho é ver a mulher roraimense amparada, íntegra, que não precise depender de ninguém para viver com dignidade”.
Petita Brasil ressaltou a importância do respeito à cultura local e à identidade roraimense: “Sou filha desta terra e meu partido é Roraima. O sucesso vem quando a gente respeita o lugar que nos abençoa”, declarou, ao sugerir mais investimentos também na saúde.
A falta de oportunidades no mercado de trabalho para mulheres em geral, e em particular para aquelas acima dos 35 anos; a ausência de ginecologistas nas unidades básicas de saúde, a precariedade no atendimento a pessoas com deficiência e a urgência em fortalecer a rede de proteção às vítimas de violência também foram mencionados. A servidora pública Claudete Praia sugeriu incluir conteúdos sobre direitos fundamentais nas escolas para “combater a violência com informação e educação”.
Entre os relatos mais emocionados, Wanúbia Soares Nunes, presidente da Associação Roraimense de Pessoa com Deficiência e Espectro Autista (ARPDEA), fez um apelo por mais apoio às mães cuidadoras. “A família adoece junto. É uma luta diária, mas queremos que seja uma luta vencida com ajuda do poder público.”
Ao final do encontro, Soldado Sampaio agradeceu as contribuições e destacou a relevância do diálogo com as mulheres nesse processo de construção participativa.
“As contribuições foram ricas e me preparam para os próximos desafios. Algumas propostas já posso encaminhar como deputado. Mas o mais importante é que essa escuta mostra o quanto precisamos de eficiência na gestão, especialmente na saúde da mulher. Ouvir vocês foi fundamental para construir um plano de governo conectado com a realidade do povo de Roraima”, afirmou.
Todos por Roraima
Soldado Sampaio destacou que o movimento “Todos por Roraima” seguirá ouvindo os diferentes segmentos da sociedade, para construir um projeto de governo participativo. As contribuições podem ser enviadas pelo site www.todosporroraima.com.
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