O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou neste domingo, 6, que a Executiva Nacional do partido se reunirá na próxima quarta-feira, 8, para deliberar sobre a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino.
A convocação ocorre após o ministro adiar sua saída do governo federal, contrariando a orientação da legenda, que decidiu deixar a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e determinar o desligamento de todos os filiados de cargos na administração federal.
Segundo Caiado, a medida será fundamentada em “reiterada infidelidade partidária”. Ele informou ainda que a sigla discutirá a dissolução do diretório do União Brasil no Pará.
“Na ocasião, também decidiremos a dissolução do Diretório do Pará, com a consequente reestruturação do partido nos municípios daquele Estado, a fim de que o União Brasil seja comandado por quem realmente se posiciona contra o Governo do PT e luta contra a venezuelização do nosso País”, publicou o governador.
Celso Sabino não se manifestou sobre a declaração.
Recuo de Sabino e processo disciplinar
Na semana passada, Sabino havia comunicado ao Palácio do Planalto que deixaria o cargo nas próximas semanas, mas recuou no sábado e passou a informar aliados de que pretende permanecer no ministério. Segundo interlocutores, ele deve oficializar a decisão ao presidente Lula nos próximos dias.
O ministro chegou a entregar uma carta de renúncia, mas permaneceu na função a pedido do presidente, que solicitou sua continuidade durante as agendas relacionadas à COP30, em Belém. A demora motivou a abertura de um processo disciplinar pela direção nacional do União Brasil.
O deputado Fábio Schiochet (SC), relator do caso, afirmou que o parecer será apresentado na quarta-feira.
Disputa eleitoral influenciando decisão
Dirigentes da legenda avaliam que Sabino busca ganhar tempo com foco nas eleições de 2026. Pré-candidato ao Senado, ele vê a COP30 e o Círio de Nazaré, maior evento religioso do Pará, como oportunidades estratégicas de visibilidade. No estado, o governador Helder Barbalho (MDB) é apontado como favorito a uma das vagas, enquanto a segunda deve ser disputada entre Sabino e o presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB).