A Polícia Civil de Roraima (PCRR) identificou, nesta segunda-feira (27), a primeira vítima entre os nove corpos encontrados recentemente em uma área de mata em Boa Vista, localizada entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde. A identificação foi resultado de investigações periciais conduzidas pelo Instituto de Medicina Legal (IML). Trata-se de Noelis Del Valle Cana, venezuelana de 38 anos, desaparecida desde 8 de novembro de 2024.
De acordo com a diretora do IML, Marcela Campelo, que é perita odontolegista, a identificação foi realizada com base na análise da arcada dentária da vítima.
“A identificação foi possível após o confronto dos dados odontológicos da vítima coletados pela equipe técnica. Esse trabalho, realizado com extrema precisão e dedicação, marca uma etapa importante na investigação conduzida pela Polícia Civil, com total empenho na busca por respostas e justiça para as vítimas e suas famílias”, destacou Marcela Campelo.
A perita também informou que a causa da morte foi choque hemorrágico, decorrente de um ferimento causado por arma branca. O corpo será liberado para os familiares.
O Caso
No dia 20 de janeiro, a Polícia Militar localizou os corpos após atender uma ocorrência envolvendo uma pessoa que supostamente estaria fugindo de um grupo criminoso. Os restos mortais foram encontrados na Rua Três Marias, em uma área de mata na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde. Cinco corpos foram identificados inicialmente.
Dois dias depois, em 22 de janeiro, uma nova varredura foi realizada no local. Além dos cinco corpos previamente encontrados, a equipe localizou ossadas de outras quatro pessoas dentro de uma manilha concretada em uma região de difícil acesso, que exigiu o uso de máquinas pesadas para a remoção.
Duas pessoas foram presas em flagrante, suspeitas de envolvimento em ocultação de cadáver, associação criminosa e ameaça. As investigações, conduzidas pela Delegacia Geral de Homicídios (DGH), incluem a análise de vestígios encontrados no local, além de perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística e pelo IML. Diligências continuam sendo feitas para identificar as demais vítimas e reconstituir a dinâmica dos crimes.
Paralelamente, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (DRACO) instaurou um inquérito policial para apurar se as mortes foram ordenadas ou executadas por organizações criminosas.


