Uma operação aérea com uso de explosivos e helicópteros militares resultou na inutilização de duas pistas clandestinas de pouso usadas pelo garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. As ações ocorreram nos dias 23 e 24 de dezembro e tiveram como alvo estruturas que davam suporte logístico à extração ilegal de minérios na região.
As pistas estavam localizadas nas proximidades do rio Couto de Magalhães e foram interditadas pelo Comando Operacional Conjunto Catrimani II. No primeiro dia, os militares inutilizaram a pista conhecida como Caveira. No dia seguinte, a operação avançou sobre a pista de Labilaska, ambas consideradas estratégicas para o deslocamento de pessoas, combustíveis e equipamentos usados no garimpo.
A ação envolveu infiltração aeromóvel e a atuação integrada das Forças Armadas. Um helicóptero H-60 Black Hawk, da Força Aérea Brasileira, foi utilizado para transportar especialistas de engenharia do Exército Brasileiro, responsáveis pelas detonações que inviabilizaram definitivamente o uso das pistas.
Segundo o comando da operação, a destruição dessas estruturas busca romper a logística do garimpo ilegal em áreas remotas, dificultando a reorganização da atividade criminosa. A presença constante das Forças Armadas em regiões de difícil acesso é apontada como fator decisivo para manter vigilância permanente e efeito dissuasório.
Além do impacto ambiental, as ações também têm foco na proteção das comunidades indígenas. A entrada de pessoas não autorizadas na Terra Indígena Yanomami representa risco direto à sobrevivência dos povos locais, especialmente do ponto de vista sanitário. A Portaria nº 1 de 2023 da FUNAI proíbe o acesso ao território justamente para evitar a exposição a doenças externas, às quais muitas comunidades indígenas são mais vulneráveis.
A Operação Catrimani II é realizada de forma integrada por órgãos de segurança pública, agências federais e Forças Armadas, sob coordenação da Casa de Governo no Estado de Roraima, em cumprimento à Portaria GM-MD nº 5.831, de 20 de dezembro de 2024. A iniciativa prevê ações preventivas e repressivas contra o garimpo ilegal, crimes ambientais e ilícitos transfronteiriços na Terra Indígena Yanomami.
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